Vlad II foi um Cavaleiro da Ordem do Dragão, ordenado pelo Sacro Imperador Romano-Germânico, Sigismund da Casa de Luxemburgo, (Soberano da Germânia, Hungria e Boémia) no ano de 1431. A Ordem do Dragão foi uma instituição católica criada para impedir a invasão dos Turcos otomanos na Europa oriental. Na língua romena, o sufixo "ea" indica um filho. Portanto, Vlad III, sendo filho de Vlad Dracul, passou a ser chamado "Draculea", ou seja "Filho do Dragão".
Vlad III, foi Voivoda (príncipe) da Valáquia em 1448, de 1456 a 1462 e em 1472 e nasceu em Segesvár (Sighişoara em romeno, Schäßburg em alemão) no ano de 1431. A sua casa ainda está de pé nos dias de hoje, localizada numa zona próspera de habitações dos mercadores Saxões e Magyares, e pelas casas dos nobres.
Fora da
Roménia, o
Voivoda tornou-se conhecido por contos que exageram suas atrocidades contra inimigos, sendo que muitos dos actos que lhe estão atribuídos são de veracidade duvidosa. Alguns sustentam que essas lendas teriam inspirado o escritor
Bram Stoker a criar seu famoso personagem, o
Conde do romance
Drácula.
Sendo verdade que tratava os seus súbditos com preversidade e os seus inimigos com extrema crueldade, o
Voivoda tinha o hábito de empalar os inimigos, atravessando-os com uma estaca de madeira. O número de mortos chegaria às dezenas de milhar. Por causa disso,
Vlad III ganhou ainda outro nome:
Vlad Ţepeş (Tsepesh), "
O Empalador".
Outra lenda a seu respeito teria surgido depois da invasão (recuperação territorial) da
Valáquia pela Hungria, em 1447. Nessa ocasião,
Vlad II e seu filho mais velho,
Mircea, foram assassinados. Em 1456,
Vlad III retornou à região e retomou controle das terras, assumindo novamente o trono da
Valáquia. Esse retorno tardio de
Vlad III teria confundido os moradores da região, que pensaram ser
Vlad II retornando anos depois de sua morte. Isso teria ajudado a criar a lenda de sua imortalidade.
Em 1462,
Vlad III perdeu o trono para seu irmão
Radu, que havia se aliado aos turcos. Preso na Hungria até 1474,
Vlad III morreu dois anos depois, ainda tentando recuperar o trono da
Valáquia.
A
Valáquia era um território integrado na
Transilvânia (
Erdélyi para os Húngaros). Desde a ocupação Húngara do século X, este território sofreu invasões, nomeadamente por parte dos Mongóis e dos Turcos (século XV). Posteriormente recuperado definitivamente pelos poderosos exércitos do Império Austro-Húngaro.
A história da soberania, independência e dependência da
Valáquia aos Húngaros, Otomanos e Austro-Húngaros é tudo menos honrosa. Os dignatários deste trono geriram a sua permanência com base em alianças oportunistas com o inimigo/amigo mais forte, ou seja um historial de traição, subjugação e exílios constantes.
É digno de nota que os menos tolerantes a este “jogo” sempre foram os Húngaros (relevo para as batalhas travadas pelos soberanos
Mathyas Hunyadi e
János Hunyadi da ordem dos cristã “
Cavaleiros brancos”) que ripostavam com grande violência e rancor à falta de lealdade persistente dos ducados transilvanos e da Valáquia pelas suas negociações de conveniência com Otomanos (recordar que a Hungria representava a fé católica e os Turcos a fé islâmica).
A postura que a monarquia Húngara sempre adoptou quanto à alienação territorial (quer por invasões de potências estrangeiras quer por movimentos independentistas), durante os seus mil anos de existência até ao primeiro quartel do século XX, foi invariavelmente determinada e intolerante, que resultou no que hoje está à vista, todos os seus vizinhos (excepto a Áustria e a Ucrânia), são países que outrora foram províncias da Hungria (Eslováquia, Eslovénia, Croácia, o norte da Sérvia e a Transilvânia, uma enorme parcela da Roménia). Isto tem uma explicação: A unidade nacional nunca existiu porque a Hungria era composta por diversas Nações dentro de um só Estado (principalmente povos eslavos e germânicos). Se a Monarquia impunha a supremacia do povo Magyar sobre os outros povos pelos meios da força, tornou-se óbvio e compreensível que esses povos nunca se tornaram apoiantes vigorosos dos Magyares quer nas guerras contra os Turcos, quer nas revoltas de independência da Hungria contra os Habsburgos da Áustria e muito menos na primeira guerra mundial (pois que na segunda guerra esses povos já eram os inimigos da Hungria).
A actualidade é aquela que se pode sentir, a Hungria tem um isolamento social e cultural, sem meios de força (condicionados pelas duas guerras mundiais onde se aliou aos eixos derrotados) fechou-se dentro do seu território com o mesmo sentido de superioridade e orgulho nacionalista de sempre, é rodeada por países (cinco deles co-membros da
União Europeia) com quem não mantém relações saudáveis (recíprocas) diferentes das comerciais. Se o “
Pacto de Varsóvia” não resultou numa aproximação amigável entre estes povos, dificilmente a “
União Europeia” o conseguirá (se isso importa para essa instituição).
A paisagem da
Transilvânia não é muito diferente da paisagem encontrada na Hungria. Predominantemente verde e de muita planície, a floresta pouco densa eleva-se suavemente nos
Cárpatos, um sistema montanhoso de pouco esforço a transpor, não fosse a qualidade deplorável da estradas da Roménia, que inexoravelmente contrasta com a magnífica qualidade da rede de auto-estradas que a Hungria estabeleceu desde a sua capital até às fronteiras dos países vizinhos.
As cidades, bem como as vilas e aldeias da
Transilvânia, mantêm um sistema de toponímia bilingue (Húngaro e Romeno), sendo que as pequenas povoações têm uma estrutura urbana muito similar às da Hungria, embora em muito pior estado e com autênticas aberrações arquitectónicas recentes (exemplo das casas de famílias ciganas).
O
Magyar não é a língua oficial, mas uma larga percentagem da população mantém o idioma (que passa de pais para filhos) num estado corrente.
Segesvár fica a cerca de 175 quilómetros de
Bucareste e a mais de 500 de
Budapeste. O seu centro histórico é património classificado pela
UNESCO.
A torre do relógio construída em 1556, com os seus 64 metros de altura é a edificação mais emblemática desta pequena cidade que ainda preserva uma muralha de protecção ao casario de época medieval e também um espírito comercial moderado (que a clientela não abunda em paragens tão longínquas) sobre um
Príncipe que nunca foi
Conde nem
Vampiro mas a farsa é afinal a razão de atracção turística.