quinta-feira, 31 de julho de 2008

Egri minaret

É o mais setentrional minarete turco e foi construído durante os 91 anos de ocupação Otomana da cidade de Eger.
Desde 1596 até 1687 (ano em que os exércitos cristãos liderados por Charles de Lorraine ao serviço dos Habsburgos cercaram o castelo), todas as igrejas de Eger foram convertidas em mesquitas, tendo sido edificados banhos públicos termais, bem como alguns minaretes e outras construções.
O minarete de Eger (Knézich Karóly utca 1) é um dos últimos três existentes na Hungria e tem 40 metros de altura.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Szent Péter Székesegyház

A Catedral de Pécs foi supostamente edificada entre 1009 e 1064 (alguns séculos antes, nos últimos anos do Império romano, existia nesse mesmo local uma capela pertencente ao cemitério cristão (os túmulos, hoje subterrâneos, são visitáveis junto à própria igreja). Posteriormente, durante a ocupação otomana o edifício serviu parcialmente como mesquita para veneração ao deus dos turcos e também como depósito de armamento.

Com a reconquista houve necessidade de reabilitar o edifício (onde se verificou uma conversão de estilo gótico para barroco), mas foi entre 1882 e 1891 sob a autoridade austríaca (a cargo do arquitecto vienense Friedrich Schmidt) que as grandes obras de renovação (embora a estabilização das paredes e cobertura tenham sofrido importantes trabalhos de engenharia entre 1805 e 1830 sob a supervisão do arquitecto húngaro Mihály Pollack) trouxeram a magnitude à Catedral de Pécs ao estado similar que hoje se encontra (o estilo actual aproxima-se do original, românico, portanto é neo-românica).

Em termos de interiores é simplesmente magnífica e deveras incomum, principalmente pela área de pintura (frescos de Károly Lotz), onde nenhuma superfície foi olvidada, bem como o altar do séc. XVI em mármore vermelho e um epitáfio de alabastro do séc. XVII feito em Roma.. O exterior, sóbrio de quatro torreões, apresenta um actual estado de conservação exemplar (as estátuas dos doze apóstolos junto à cornija são da autoria de Károly Antal).

Digno de nota é o portão em bronze da entrada principal, na verdade trata-se de uma escultura já do séc. XXI que demonstra ser possível a harmonia entre peças e obras de arte de diversas eras no mesmo conjunto.

Uma videira entrelaçada onde se escondem pássaros e outros seres vivos graciosos, mas também onde aparece representado, discretamente, a imagem de Szent Istvan (o rei católico da Hungria) a entregar a própria Catedral ao Bispo de Pécs. A história, a verdade da história por vezes é representada pelos mais pequenos detalhes com significados múltiplos e de inteligência preciosa.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Szegedi kérészek

Szeged e Tisza são inseparáveis, mas somente a primeira depende do segundo, sempre assim foi, sempre assim será.
O caudal do Tisza é tranquilo, parece tão pacífico como inofensivo, todavia é imprevisível e bem mais instável que o Duna, também este fonte de riqueza, razão de tão pujante fertilidade.
A cidade contempla o rio, respeita o poder e a força destruidora da água, sempre lenta. Reincidente, Szeged foi completamente devastada no séc. XIX em função dessa hierarquia, o esplendor do Tisza não desaparece da memória de um povo que nunca alimentou a capacidade de o odiar.
Homenagens são muitas, tantas quanto expressões artísticas sejam possíveis, da arquitectura à pintura, do teatro à escultura, da música e da literatura. Szeged é arte e sabedoria, é mármore e bronze moldados em distintos momentos, expostos em quaisquer largos, praças ou jardins.
Kérész é um insecto, algo parecido com mosquito. O Kérész pertence ao Tisza como tantas outras vidas que ali conhecem a sua casa e dele dependem. Pertence porém a Szeged, confirmado pelo nobre metal que lhe confere uma importância maior do que a sua esperança máxima de viver, somente de um dia.
A beleza desta estátua é proporcional à complexidade provável da sua execução e não tanto pelo seu significado. Permanece fixada no paredão que resguarda a cidade do rio e ganha outra dimensão quando acontece as águas atingirem um nível próximo ao do pedestal.