Apesar de existirem bastantes ciganos tanto na Hungria como na Roménia, é somente na Roménia que se encontram as famílias prósperas (infelizmente ali se verificam porém os extremos da pobreza na mesma etnia), com riqueza material e até poder político.
É afinal a única explicação que se pode dar ao fenómeno arquitectónico que está à vista, obras novas licenciadas ou simplesmente toleradas, autênticas “pérolas” futuristas com harmonia estética incomparável.
Alguns destas construções estão literalmente encostados aos edifícios vizinhos, com o privilégio ímpar no direito de vistas entre varandas de apenas alguns centímetros, coisa absolutamente natural, fundamental e necessária, tendo em conta que se tratam de habitações unifamiliares.
A expressão “construiu uma casa meio aciganada” é típica e comum para criticar a casa nova que o vizinho edificou e de que não se gosta por alguma razão.
Pode até parecer pejorativa qualquer primeira análise do assunto, mas a coisa é séria e deve ser entendida no seu contexto.
Apesar dos materias de base serem fracos ou impróprios (exemplo de construções em que as alvenarias são parcialmente em blocos de cimento de boa qualidade, conjugados com blocos do tipo caseiro e rematados com tijolo maciço refractário e usado), serem utilizados materias aproveitados de outras obras distintas e o projecto ser coisa dinâmica (o objecto final resulta diferente do objecto projectado pelo arquitecto ou artista equivalente), nos acabamentos tudo muda de figura, que o “dono-da-obra” (cigano rico e poderoso) investe forte nos apêndices decorativos até aos limites da sua imaginação e capacidade artística de serralheiros e artesãos da forja.
O que é certo é que cada obra resulta em moradia imponente, cumprindo o objectivo para o qual foi pensado, realiza os sonhos de muitas famílias e acaba em atração turística enquanto fenómeno sócio-cultural.
Qualquer semelhança entre as casas dos ciganos romenos e os pagodes budistas é mera coincidência porque as técnicas e os propósitos são distintos.
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