quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Liszt Ferenc

Junto à praça da Catedral de S. Pedro, na cidade de Pécs, existe uma curiosa estátua em bronze. É o compositor Liszt Ferenc, o génio virtuoso do piano debruçado numa varanda.
Embora tenha sido o italiano Antonio Salieri, Kapellmeister da Corte Imperial em Viena, o mestre de Liszt (também mestre de Beethoven e Schubert) o momento mais marcante (o que influenciou a carreira do músico) foi a singular ocasião em que assistiu ao extraordinário virtuosismo de Paganini no manejo do violino, desejou ser igual na técnica pianística.
Liszt dedicou-se ao objectivo de dominar o objecto sob todas as suas formas e acabou compondo obras com tal complexidade e velocidade que somente ele era capaz de tocar. Para além da insistência na maior utilização da mão esquerda ao invés da direita, podem ser contados no meio de cruzamentos e alternância das mãos, 38 movimentos em 3 segundos ou grandes saltos de intervalo e um enriquecimento sonoro excepcional através da escrita em oitavas.
Posteriormente outros músicos revelaram-se mestres do piano, compondo também obras que somente eles seriam capazes de tocar. Sergei Rachmaninoff é disso um exemplo (basta ouvir os Concertos nº 2 e nº3 para piano e orquestra ou a Rapsódia sobre um tema de Paganini para que se entenda o génio), mas porque o tamanho das suas mãos era extraordinário (um palmo aberto permitia cobrir um intervalo de uma 13ª, correspondente a uns 30 cm de distância) típicos do síndroma de Marfan, doença hereditária caracterizada por dedos magros e compridos, elevada estatura e uma forma facial específica. Foi também uma doença, o síndroma de Ehlers-Danlos (caracterizada por uma anormal flexibilidade nas articulações) que forneceu provavelmente as capacidades extraordinárias ao próprio Paganini.
Liszt Ferenc (também conhecido pelo nome germânico Franz Liszt) nasceu em Doborján, no Reino da Hungria (hoje chama-se Raiding e pertence Burgenland, Áustria) embora a família paterna fosse de origem alemã e materna de origem austríaca. Durante toda a sua vida utilizou documentos e passaporte húngaros mesmo sem nunca ter aprendido a língua.
Ainda hoje Liszt é considerado um dos maiores pianistas de todos os tempos, contudo a sua maior grandeza (por ventura menos conhecida) reside no modo como encarou a música, não aspirou à riqueza através dela mas contam-se inúmeras as ocasiões em que trabalhou por caridade e ofereceu os seus constantes rendimentos para obras sociais e ordens religiosas.

4 comentários:

Anónimo disse...

Como sempre, excelentes escolhas!

Toca-me particularmente a deste compositor e sua Hungarian Rhapsody nº 2.
Pura e perfeita, esta interpretação!

Há-de reparar, James, que, por volta do segundo minuto, há uma deficiência no som de dois ou três segundos.

A magia do fundo negro! Ficou liiiiindooooo! As fotografias ganharam mais côr, luminosidade, definição e profundidade.

Bee

james stuart disse...

Agradeço a amabilidade e a atenção prestada, como leitora e ouvinte.
Esta versão (interpretação) da Rapsódia Húngara nº2 é assim mesmo, pausada talvez demasiado lenta (tendo em conta que a origem informática é um ficheiro "mid", existem também limitações perceptíveis para alguns).
Embora eu apreciasse bastante o "fundo" com Chopin, reconheço que faz todo o sentido "ter" Liszt no Szerinting, portanto vai ficar durante uns tempos.
O fundo é azul escuro, uma côr preferida pelo editor (anteriormente era claro para facilitar a leitura, mas de facto a maior parte dos "leitores" não lê coisa nenhuma, só quer ver imagens... e assim, que seja, que apareçam com mais realce).

Dina Pinheiro disse...

uiiiii que frio, ate o homemzinho congelou

james stuart disse...

Infelizmente, por razões técnicas o editor foi obrigado a repôr o fundo de página em côr clara (alguns textos, principalmente de 2007 foram escritos com cores que se incompatibilizam com um fundo escuro).