sexta-feira, 29 de maio de 2009

Atlântida

“Eu ouvi o meu avô contar essa história, a qual ouvira de Sólon, o célebre filósofo”, disse Crítias nos diálogos com Timeu, escritos por Platão.
O filósofo grego Platão (427-347 a.C.) obteve no Egipto o conhecimento sobre a existência e a destruição de Atlântida, ocorrida mais de 9 mil anos antes.
“Há um manuscrito com o relato de uma guerra lavrada entre atenienses e uma poderosa nação que habitava uma ilha de grandes dimensões situada no Oceano Atlântico. Nas proximidades dela, existiam outras e, mais além, no extremo do Oceano, um grande Continente. A ilha chamava-se Poseidonis ou Atlantis e era governada pelos reis aos quais também pertenciam as ilhas próximas, assim como a Líbia e os países que cercam o mar Tirreno”, contaram os sacerdotes egípcios de Tebas a Sólon.
No início dos tempos, os deuses dividiram a Terra entre eles e a Poseidon (deus dos mares) coube a Atlântida, a ilha situada a oeste das Colunas de Hércules (o estreito de Gibraltar). No meio da ilha havia uma montanha, talvez um vulcão, onde moravam os humanos Evenor, sua mulher Leucipa e sua filha Clito. Após a morte de seus pais, Clito uniu-se a Poseidon e tiveram dez filhos. Atlas, o mais velho, governou os outros nove.
“Quando os deuses fizeram a partilha do mundo, a Atlântida coube a Poseidon, que ali viveu em companhia de Clito. De sua união com a mortal nasceram dez filhos, dos quais o mais velho era Atlas. Atlas recebeu do pai a supremacia da ilha, que dividiu em 10 partes, tomou uma para si e dividiu as restantes entre seus irmãos.”
Poseidon havia dividido a Atlântida em zonas concêntricas de terra e água. Com recursos naturais aparentemente inesgotáveis, os atlantes domesticaram animais selvagens, acederam a minerais e metais preciosos, desenvolveram conhecimentos sobre magnetismo e poderes de cristais. Também ergueram palácios, templos, canais e portos.
Tendo atingido um nível de cidadania desenvolvido e igualitário, segundo a narrativa de Platão, os atlantes tentaram invadir Atenas, mas foram vencidos pelos gregos. Depois os deuses extinguiram essa civilização através de uma catástrofe, um terramoto seguido de um maremoto. Atlântida, a ilha de Atlas, afundou no Oceano Atlântico.
“Punida por seus vícios e seu orgulho, a Atlântida foi engolida pelo oceano”.
“Mas depois ocorreram ali violentos terremotos e inundações e num único dia e noite de infortúnio, todos os seus guerreiros afundaram na terra e a ilha de Atlântida desapareceu nas profundezas do mar.”
Não é referido o destino dos eventuais sobreviventes atlantes ou de seus descendentes, talvez porque os diálogos não tenham sido terminados ou simplesmente porque a história de Atlântida é uma alegoria filosófica de Platão, tal como indicou Aristóteles, seu discípulo.
Verdade é que como relato histórico (hipotética verdade), existem bastantes contradições na narrativa de Platão: O Mundo havia sido dividido pelos deuses venerados por gregos (hoje mitológicos). Porém a queda de Atlântida, segundo os sacerdotes egípcios, aconteceu por volta de 9600 a.C., quando Atenas ainda não existia, tampouco técnicas agrícolas, ou a escrita. Platão refere também a existência de elefantes, quando nessa idade somente existiam mamutes ou mastodontes.
Centenas de historiadores e arqueólogos investigaram sobre a existência e localização de Atlântida, mas apenas filósofos entenderam o seu significado. A alegoria transformou-se em mito.
As imagens apresentadas não são propriedade do autor.

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