Durante todo aquele dia estive constrangido, sentia tudo à minha volta a tremer, o coração da minha mãe a bater diferente e uma pressão constante no meu habitáculo.
Depois a coisa piorou quando começaram com empurrões nas minhas costas e puxões na cabeça e pelo pescoço. Não entendi nada do que me estavam a fazer, enfiaram-me coisas na boca e no nariz, levantaram-me e baixaram-me umas quantas vezes que até tive tonturas, já para não falar do frio, intolerável. Durante uns momentos voltei a estar junto da minha mãe, abraçou-me e falou comigo. Não durou muito esse conforto, fizeram-me voar novamente, como se fosse um pássaro, e aterrar debaixo de água, por sorte estava quentinha. Continuei confuso, pensei que ia morrer de tanta maldade, com panos a esfregarem-me na cara e outros puxões, agora pelos braços e pernas. A luz continuava tão forte que me doíam os olhos, mas passei a não sentir frio e ouvi o meu pai, falava enquanto agarrava a minha mão. Quis vê-lo mas não consegui, estava muito longe, pareceu-me ser verde. Um pouco depois voltei a estar junto da mamã, já não falava tanto como antes, mas tocou-me na cara e também nas mãos, deixei de ter mêdo.
Não me recordo de mais nada nesse dia, estava tão cansado que adormeci.
Relato gentilmente cedido por Árpád Zsolt, recém nascido.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
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1 comentário:
Viva Arpád... viva...
e os papás também...;)
ainda, tudo e sempre a recomeçar...
benvindo...
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