No primeiro dia de Junho, a meio da manhã rumavam na
M7 em direcção à Croácia. O controlo de fronteira foi apenas documental, coisa rápida. Num instante atingiam, sempre por auto-estrada a capital,
Zagreb.
Zagreb é assim pequena, no sopé de uma montanha. Há menos de um século
Zagreb não era uma capital… porque a Croácia não era um país (até 1919 o território da Croácia era uma das províncias eslavas do Reino da Hungria, tal como a Eslováquia).
Às voltas e mais voltas não saíam do mesmo sítio que era só aquilo.
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Para além da grande catedral (
Zagrebačka Katedrala) e do larguinho simpático ali à sua frente, descendo a rua
Bakačeva, pouco depois encontraram o centro da administração política nacional, um conjunto de edifícios normais, apenas um pouco mais imponentes do que os restantes da cidade, à volta de uma espécie de alameda muito bem cuidada e florida (ao topo
Zrinjevac, um conjunto de 3 quarteirões de jardins e ao fundo a estação ferroviária central).
Pela falta de deslumbramento simplesmente encolheram os ombros e decidiram a rumagem directa para a Eslovénia, a tempo de um passeio a pé por
Ljubjana, como mínimo.
Almoçaram num parque, de estacionamento, sim, sem qualquer registo especial de vistas, e foi sandes… de uma coisa que parecia ser fiambre e que voltou a ser almoço em Itália, no dia seguinte, com feijão preto.
Os tapetes começavam a ficar cheios de migalhas de
Legényfogó, aqueles biscoitos maravilhosos em espiral, com sabor a chocolate e que estiveram presentes até quase ao final da viagem.
O controlo de fronteira entre Croácia (
Republika Hrvatska) e a Eslovénia foi decididamente o pior momento da viagem Budapeste-Lisboa. É verdade que uma caixa de
Lego enfiada no compartimento da bateria, ao lado do motor, não emprestou um sentimento de grande confiança aos guardas de fronteira… que rebuscavam entre números de série e recantos do automóvel, um não-sei-quê que acabou em nada, só desarrumo e mau humor.
Ainda era dia suficiente para o passeio a pé em
Ljubljana, foram tiradas umas boas fotografias e trocadas imensas piadolas a cada sinal de trânsito e parqueamento encontrado (“zona” escreve-se com “c” e não com “z”).
Ljubljana parece ser uma vila e nem tanto uma cidade, bastante bonita por sinal.
Ljubljana é a capital de um Estado muito pequeno e que outrora foi uma província eslava da Áustria.
Anoitece ainda na Eslovénia mas a dormida aconteceu num excelente hotel de
San Dona di Piave, uma pequena cidade na província de Veneza, sem dramas, mais ou menos fácil de encontrar… assim ao acaso e sorte.