terça-feira, 14 de agosto de 2007

Teatro Nacional de S. Carlos

O Real Teatro de S. Carlos de Lisboa foi inaugurado a 30 de Junho de 1793 com a exibição de La Ballerina Amante, ópera buffa de Domenico Cimarosa.
Edificado em menos de um ano sob a responsabilidade de José da Costa e Silva, o edifício ao estilo neo-clássico é um modelo idêntico ao Teatro dela Scalla de Milão, na verdade cópia do Teatro di San Carlo de Nápoles (já desaparecido) o que não é estranho tendo em conta a aprendizagem deste arquitecto na Academia Clementina di Bologna.
A construção do S. Carlos aconteceu por simples reposição da desaparecida Ópera do Tejo (que havia ruido durante o terramoto de 1755), iniciativa de um conjunto de burgueses apoiados pelo Intendente geral da polícia Diogo Inácio de Pina Manique.
O frontespício é dividido em três corpos, dois pisos sobrepostos, e um terceiro somente sobre o corpo central. O corpo central conta com três arcos frontais e um lateral, em volta perfeita, coroado por um terraço perfeito de balaustrada de cantaria, cujas janelas se encontram emolduradas por parastase, que suporta uma cornija destacada. Mais acima o relógio envolvido por grinaldas e duas janelas, dois pináculos e um brasão régio.
No interior, desse estilo barroco levado ao extremo (rococó), encontramos a sala de espectáculos de planta elíptica com cinco ordens de camarotes e um salão nobre, contando com pinturas de Manuel da Costa no tecto do salão, Giovanni Appianni no camarote real e Wolkman Machado junto à boca de cena.
Neste espaço Puccini, Rossini, Donizetti, Meyerbeer, Bellini, Verdi, Gounod, Wagner, Richard Strauss entre outros grandes compositores fizeram estreias de algumas de suas obras.

3 comentários:

A. João Soares disse...

Caro James Stuart,
Este é um bom post de divulgação de uma bela estrutura nacional que deva ser mais aproveitada pelo povo português. Mas a frequência +e reduzida, não só devido ao fraco poder de compra (bilhetes caos), mas principalmente pelo facto de a maior parte da população viver afastada da boa arte cultural.
Gostei das suas intervenções, no Absolutamente ninguém» acerca do Fidel. São precisas muitas vozes a repetir aquilo que diz acerca dos americanos. Há muita gente a criticar tudo a que lhes diz respeito, sem argumentos válidos e coerentes, só porque sim.
Como conhece bem a América e o que se passou na guerra fria e se passa ainda hoje no mundo, não pare de ensinar aos ignorantes e doutrinados por propaganda tendenciosa a pensarem pela sua própria cabeça em vez de recitarem slogans.
Voltarei a visitá-lo.
Abraço
Do Miradouro

james stuart disse...

Acontece que as gerações mais jovens (não só em Portugal, é um fenómeno generalizado) tendem a não saber nada de nada e passarem a ter opiniões baseadas em "correntes" e não em conhecimento de factos. Porque para compreender o presente (e perceber o futuro) é necessário conhecer o passado, há que aprender a história... do universo, do homem, das civilizações... e então tudo se torna claro e explicável (nem sempre compreensível em termos sensoriais, mas explicável).
Não pretendo essa missão de ensino que me propõe, mas sei que ela acontece quer eu queira quer não, no meu dia-a-dia, lidando por vezes com mais jovens (ou alguns da minha geração, infelizmente), porque não é difícil isso acontecer (i.e. que sabem muito pouco sobre pouca coisa e assim qualquer coisa que se lhes diga é uma novidade).

A. João Soares disse...

Compreendo a sua modéstia. Mas o ensino é conseguido, além dos contactos pessoais, também pelas intervenções nos blogs e vejo o amigo James dotado de óptimas qualidades didácticas para transmitir as suas opiniões e o seu saber. A evolução da humanidade resulta dessa transfusão de sabedoria, e o saber que não se comunica morre connosco, estéril e inútil.
Abraço