As primeiras noites dormidas em Waco Kungo aconteceriam no hotel Ritz, informou o amigo que esperava na outra margem do rio Keve.
Antes de conhecer essa peça extraordinária de hotelaria local, pela estrada fora na aproximação à cidade, identificava-se bem que a paisagem nada tinha a ver com os lugares das províncias mais a sul, havia muita “bichagem”, principalmente caprinos e galináceos.
À esquerda o mercado “informal” estava abundante de produtos hortícolas e artigos United Nations - not for sale, vendidos também “aos montinhos” é certo, por ali não pareceia haver fome. Estupidamente, imagens do Ritz de Lisboa ocupavam-lhe o pensamento durante o percurso... um duche verdadeiro, uma vista soberba, uma cama decente, uma janela com vidros inteiros...
A permanência continuada em Angola tem disso, o pensamento divaga por vezes em fantasias magníficas, tal como um solitário perdido num deserto de areias sempre acaba com miragens de oásis com água abundante e fruta fresca, o percurso final da chegada ao Waco foi uma boa meia-hora de felicidade imaginária.
Imagens captadas em 2004 em Waku Kungo (ou Waco Cungo, ou similar), antiga Santa Comba (Cela), província de Kwanza-sul.
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