O Fado do Estudante é cantado em A Canção de Lisboa de Cottineli Telmo, primeiro filme sonoro português, realizado em 1933:
Que negra sina ver-me assim
Que sorte e vil degradante
Ai que saudades eu sinto em mim
Do meu viver de estudante
Nesse fugaz tempo de amor
Que de um rapaz é o melhor
Era um audaz conquistador das raparigas
De capa ao ar cabeça ao léu
Sem me ralar vivia eu
A vadiar e tudo o mais eram cantigas
Nenhuma delas me prendeu
Deixá-las eu era canja
Até ao dia que apareceu
Essa traidora de franja
Sempre a tinir sem um tostão
Batina a abrir por um rasgão
Botas a rir num bengalão e ar descarado
A malandrar com outros tais
E a dançar para os arraiais
Para namorar beber folgar cantar o fado
Recordo agora com saudade
Os calhamaços que eu lia
Os professores da faculdade
E a mesa da anatomia
Invoco em mim recordações
Que não têm fim dessas lições
Frente ao jardim do velho Campo de Santana
Aulas que eu dava se eu estudasse
Onde ainda estava nessa classe
A que eu faltava sete dias por semana
O fado é toda a minha fé
Embala encanta e inebria
Dá gosto à gente ouvi-lo até
Na radio-telefonia
Quando é cantado e a rigor
Bem afinado e com fulgor
É belo o fado ninguém há que lhe resista
É a canção mais popular toda a emoção faz-nos vibrar
Eis a razão de eu ser doutor e ser fadista
A cena do filme A canção de Lisboa onde Vasco Santana canta o Fado do Estudante está disponível de seguida em vídeo. Antes de activar essa função será oportuno desligar primeiro a música de Chopin no leitor áudio da barra lateral de modo a evitar sobreposição sonora
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