terça-feira, 17 de abril de 2007

Prometeu

Tornado amigo de Zeus pela sua capacidade de adivinhação, Prometeu, filho de Jápeto e Clímene, da raça dos Titãs (inimigos dos deuses do Olimpo), criou os primeiros seres humanos na Terra. Epimeteu, “o que pensa depois”, ficou responsável pela atribuição de qualidades ao seres vivos no tempo em que o mundo ainda estava a ser criado, enquanto seu irmão Prometeu, “o que pensa antes” estaria encarregue de examinar todo o trabalho.

Prometeu verificou que as diversas espécies de animais tinham todas as suas devidas virtudes e características por forma a prevalecerem e a ocuparem os seus lugares no universo. Apenas o homem nascia nu e fraco, sem uma qualquer qualidade que o distinguisse. Mas porque todas as qualidades possíveis de serem atribuídas já o tinham sido, apenas restavam as qualidades dos deuses. Assim, Prometeu arriscou subir ao Olimpo, a morada dos deuses, roubou a tocha acesa de Hefesto, o deus do fogo (filho de Zeus com sua irmã Hera), entregando-a aos homens de modo a evoluírem rapidamente como não aconteceria com as outras espécies.

Condenado por Zeus, senhor do céu e deus supremo, Prometeu foi acorrentado no monte Cáucaso e seu fígado seria devorado por uma águia. Mas como este era imortal, o seu fígado renovava-se todos os dias, assim como o seu castigo.

Quíron, metade homem e metade cavalo, participou numa batalha contra outros centauros junto com Héracles e daí saiu incuravelmente ferido. (Herácles havia atingido acidentalmente a coxa de Quínon com uma flecha ainda envenenada do sangue da derrotada Hydra de Lerna). Incapaz de suportar tanto sofrimento, pediu a Zeus que lhe retirasse a imortalidade e autorizasse a troca de lugar com Prometeu de modo a que pudesse morrer e acabar de vez com a dor de sua ferida.

Foi o mesmo Héracles (filho ambígeno de Zeus com Alcmena), tornado imortal por ter sido amamentado por Hera enquanto esta dormia, herói de lutas contra as forças da natureza, que libertou o Titã e acorrentou Quíron no seu lugar. A atitude nobre de Quíron, deu-lhe o direito ao reconhecimento na constelação de Sagitário.

Prometeu, que havia resistido à sedução de Pandora (a primeira mulher humana) e à sua caixa que continha os males do mundo, foi contudo obrigado por Zeus a utilizar eternamente um anel com um pedaço de rocha do monte Cáucaso, de modo a que a seu culpa não fosse esquecida.
Em Chernobyl encontra-se uma estátua em bronze de Prometeu, roubando o fogo aos deuses (removida recentemente do centro da cidade para local próximo da central nuclear acidentada).

Em New York, no centro Rockefeller existe exposta uma bela escultura dourada de Prometeu com tocha acesa, da autoria de Paul Manship no estilo “Art Deco”.

No jardim Constantino (Jardim do Florista), em Lisboa, uma estátua representando na posição sentada Prometeu acorrentado, resignado, da autoria de Francisco Santos em 1920.

Também no Museu do Louvre em Paris, uma estátua em mármore de 1762 esculpida por Nicolas Sébastien Adam, representa Prometeu tentando libertar-se das correntes.

1 comentário:

james stuart disse...

Tendo em conta que em Atenas será difícil encontrar as mais emblemáticas esculturas da sua própria mitologia, com um pouco de sorte encontrar-se-ão esculturas gregas de Prometeu (tal como se encontram “Vénus de Milo” e as dezenas de estátuas do “Parthenon” incluindo a sua integral frontaria) nos armazéns das maiores galerias de arte expropriada do mundo: Musée du Louvre e British Museum.