sexta-feira, 27 de abril de 2007

Pozsony

Tal como já referido anteriormente, a Hungria perdeu dois terços do seu território a partir do Tratado de Trianon, assinado a 4 de Junho de 1920 em Versalhes, França. O novo Estado húngaro substituiu o Reino da Hungria por decisão unilateral do Reino Unido, França, Itália, Estados Unidos, Roménia e Sérvia, os vencedores da primeira grande guerra mundial.
Em números, 325.000 km2 foram transformados em 93.000 km2 e a população passou de 19 para 7 milhões de habitantes. O acesso ao mar foi perdido (com as províncias de Voivodina, Eslavônia e Croácia entregues à Sérvia). De mínimo, para compensação moral, a República da Hungria regozijou-se recentemente com o facto de que apesar dos países vizinhos oportunistas lhes terem “subtraído” territórios, esses vieram a tornar-se países independentes alguns anos mais tarde, infelizmente nem todos por meios pacíficos (excepto a Transilvânia, que se mantém parte integrante da Roménia).
A Eslováquia, juntamente com a Morávia e a Boémia, formavam a Checoslováquia até à separação em 1938 (no "Acordo de Munique"), novamente unidos em 1945, e finalmente apartados em 1993, quase quatro anos após a "Revolução de veludo" encabeçada por Václav Havel (posteriormente presidente, o último da Checoslováquia e o primeiro da República Checa).
Posto isto, Bratislava, com os seus cerca de 450 mil habitantes tornou-se capital deste novo país há apenas 14 anos. Todavia já não era a primeira vez que esta pequena e modesta cidade se tornava uma capital...
Pozsony é o nome original desta cidade (origem na palavra latina Posonium), o único aliás que os húngaros reconhecem e manterão sem resignação enquanto a história do seu povo e orgulho não se queira apagada.
Pozsony foi durante os longos anos de ocupação otomana a capital do Reino da Hungria (1536-1784). Mesmo após a recuperação de Buda, e durante o mais tempo que conveio aos austríacos (não olvidando que a Áustria tomou posse do reino da Hungria porque resolveu contrariar o almejo turco, formando assim o império).
Para os austríacos Pozsony era chamada de Preßburg, e foi palco da última batalha entre estes e os exércitos da Prússia, frente ao mesmo Danúbio que atravessa Viena e Budapeste.
No alto temos o castelo e as respectivas residências reais, de linhas simples e cor sóbria. De forma ortogonal, as suas quatro torres a cada vértice são consideradas o símbolo da cidade, na morada oficial do presidente da república.
Desse lugar é possível alcançar quase todo o limite da cidade bem como encontrar as terras dos vizinhos (Bratislava é a única capital europeia que faz fronteira com dois países). O Parlamento, edifício recente e de desenho discutível é logo ali ao lado, assim como o anexo restaurante, o Parlamentka, igualzinho como há dez anos excepto nos arruamentos da entrada.
A cidade de Pozsony apresenta exactamente o mesmo estilo de outras cidades (capitais de província) húngaras, as suas casas, casarões e palacetes encostados ainda mostram algum encanto obviamente que pela preservação patrimonial e reserva pedonal do pequeno centro histórico da parte baixa. As embaixadas de quase todos os países ocidentais estão estabelecidas (recentemente) nesse espaço, enquanto outras na zona da colina do castelo.

Os acessos à capital da Eslováquia são relativamente fáceis, um pequeno desvio de meia dúzia de quilómetros à auto-estrada M1 que conecta Budapeste a Viena, e dá-se bem com o local através de uma via rápida. Por via aérea, o pequeno aeroporto de terminal único situa-se a apenas 9 km (a nordeste obviamente).

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