O Porsche 986 2.5 Tiptronic azul escuro tomou o lugar, no espaço da garagem entenda-se, ao "mano" Trabant hycomat... também azul, também automático, também alemão, mas com menos 176 cavalos de potência.
O primeiro atinge em pouco mais de 7 segundos os 100 km/h e às 6000 r.p.m., os 240 km/h. O segundo atinge às vezes os 100 km/h em 70 segundos e no dia em que o seu motor a 2 tempos atingir as 6000 r.p.m. quer dizer que já ardeu.
Se o Boxster ganhou de imediato direitos à circulação nas avenidas da capital, o P601 foi forçado ao exílio junto ao Balaton, onde somente aos finais de semana, quando é possível, circula numa invejável e mais vaidosa operacionalidade.
4 comentários:
O respeitável mano velho cede o passo mas não completamente o seu lugar.
Encheu e enche de orgulho o dono.
Mereceu e continua a merecer todos os desvelos.
Pelo estado de conservação que revela a pintura, imagina-se o do motor.
Percorreu um longo caminho e tem sem dúvida muitas histórias para contar.
Lembra-me um NSU Wankel Spider, com o seu «hard top», peça de colecção de que o casal a quem pertencia muito se orgulhava. Desapareceram, marido e mulher, há muitos anos. Perdi o rasto do Wankel. Nada sei sobre as suas características boas ou más e nunca mais vi nenhum.
Retenho as histórias deliciosas de outros tempos que eles me contavam, o furor que o Wankel fazia, a sua experiência e sabedoria.
Dos seus ensinamentos, ficou-me gravado na memória um poema, de mais um dos poetas que não encontraram o seu caminho por cá:
Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre el mar.
Nunca persequí la gloria,
ni dejar en la memoria
de los hombres mi canción;
yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles,
como pompas de jabón.
Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el cielo azul, temblar
súbitamente y quebrarse...
Nunca perseguí la gloria.
Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar...
Hace algún tiempo en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinos
se oyó la voz de un poeta gritar
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."
Golpe a golpe, verso a verso...
Murió el poeta lejos del hogar.
Le cubre el polvo de un país vecino.
Al alejarse le vieron llorar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."
Golpe a golpe, verso a verso...
Cuando el jilguero no puede cantar.
Cuando el poeta es un peregrino,
cuando de nada nos sirve rezar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."
Golpe a golpe, verso a verso.
Antonio Machado (1875-1939)
Eu cá prefiro o Trabi!!!! :-)
É que para ter um Porsche "só" é preciso dinheiro. Para ter o Trabi é preciso mais do que isso ;-)
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