Se o militar intenta namorar a vendedeira... o pão que esta traz no alguidar é demasiado rijo e tem um sabor indefinido... o edifício da esquina já foi reparado, mas o maior que se vê por detrás ainda não, ainda tem pendurado um retorcido letreiro luminoso... uma criança observa encostada a um marco dos Correios, que ali nunca foi vermelho mas verde, somente uma peça de metal cilíndrica, oca e sem porta que ninguém compreende para que serve ou serviu, coisas dos "bránco".
O antigo poste de iluminação está repleto de pequenos orifícios, algumas balas de Ak 47 ainda ali estão cravadas... os cabos eléctricos aéreos ligam a uma rede impressionante de distribuição favorecida de electricidade desde um gerador instalado para uso exclusivo do governador da província do Bié... uma motorizada de marca Nanfang afasta-se depois de ter passado junto ao terreiro onde alguns esperam sentados pela vez de recolherem água de um poço. Essa água servirá para beber e para cozinhar, embora as probabilidades de contaminação sejam elevadas, tendo em conta que ao redor do poço foram exumados alguns corpos semanas antes... o quintal por detrás tem uma nespereira e uma latada em redor da casa, videira que não é podada há décadas e por isso não dá nada. Imagem captada em 2004 na cidade do Kuíto (antiga Silva Porto), província do Bié, Angola.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
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2 comentários:
Vim cá ter através do Café Portugal.Dou-lhe os meus parabéns pelo blog que construiu, de uma policromia rica e de fotografias excelentes.
Um abraço
olá James...como vai?...
ora aqui está... um texto verdadeiro de um homem verdadeiro... parabens...é limpído, vibra e transporta-nos...
como o chopin!...
A sua áfrica é bela...
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