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assimilando um vício Magyar por entre viagens, aventuras e outros compromissos
Roma é o palco de fundo desta comédia romântica “rodada” a preto e branco, assunto que não perturba a beleza do cenário tendo em conta que esta cidade italiana até nem tem muito contraste cromático, embora uma impressionante beleza que o peso da história decidiu eternizar.
A relação que o Roman Holiday tem com o Casablanca de Michael Curtiz (com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, rodado em 1942, durante a II Guerra Mundial) não é nenhuma, apenas competem como os melhores filmes de sempre para diferentes cinéfilos.
Ora acontece que por vezes essas pessoas se encontram (no mais improvável que seja essa coincidência por razões geográficas ou de nacionalidade) e acabam por partilhar suas memórias de preferência infantil.
Se para um (um ele) a cidade de Casablanca havia sido uma desilusão (porque afinal a beleza incontestável de “As time goes by” é a maior e quase única referência do seu filme de eleição), para outro (uma ela) o recinto Colosseo, a fonte de Trevi, o Forum, o castelo de Sant’Angelo, a praça Venezia e o rio Tevere (as incontornáveis “chaves” de Roman Holiday), tornaram-se imperdíveis para reconhecer.
Ou seja, para a menina que sonhou um dia experimentar a sua mão na Bocca della verità, tal qual a princesa, foi importante a sensação de conquistar a realidade. Mas nesse dia ela já não era todavia uma menina, sim uma mulher feita.
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes, nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho. Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal que mata e não se vê. Que dias há que na alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como e dói não sei porquê. Luís Vaz de Camões (1525-1580)
E outra vida que é pensada, E a única vida que temos É essa que é dividida Entre a verdadeira e a errada. Fernando Pessoa (1888-1935)
Desceu-me n'alma o crepúsculo; Eu fui alguém que passou. Serei, mas já não me sou; Não vivo, durmo o crepúsculo. Mário de Sá Carneiro (1890-1916)