A construção de torres em Nova Lisboa foi uma idéia da década de 70 durante a administração portuguesa.
A partir de 1975 deixou de existir Nova Lisboa, a cidade foi renomeada para Huambo, que já o tinha sido desde a sua fundação em 1912 (por diploma legislativo do General Norton de Mattos, governador da colónia de Angola) até ao ano de 1928.
Com o fim da administração portuguesa e o êxodo de cidadãos brancos, as torres (assim como outros edifícios) foram ocupadas rapidamente por cidadãos pretos que não distinguiram na sua necessidade as que eram habitáveis das que ainda não estavam terminadas.
Um fenómeno muito idêntico, diga-se de passagem, aconteceu na afamada Quinta do Mocho ali para os lados de Sacavém, a norte de Lisboa e sensivelmente na mesma época. Passaram mais de duas décadas desde esse momento quando as autoridades conseguiram resolver o problema com processos de realojamento, demolição dos imóveis e alguma remodelação urbana.
Mas no Huambo isso não aconteceu, algumas torres ainda por cima foram danificadas por granadas, projécteis de morteiros e outros que tais explosivos, nunca deixando de ser habitadas e adaptadas sem qualquer lógica de propriedade horizontal ou vertical.
A falta de uma pressão adequada na rede de abastecimento de água e uma distribuição eléctrica bastante irregular agravam as condições actuais de habitabilidade nos edifícios mais altos de Huambo, onde raramente se encontram apartamentos com casas de banho a funcionar bem como elevadores (as caixas e colunas dos elevadores serviram como depósitos de lixo até ao ponto de ser quase impossível de respirar nas partes comuns, escadas e acessos).
Imagens captadas em 2004 na cidade do Huambo, província do Huambo, Angola.