sexta-feira, 28 de março de 2008

Vandalismo

Vandalismo é o acto de destruição intencional de propriedades ou bens alheios respeitáveis, notáveis pela antiguidade e valor tradicional ou carácter artístico sem o consentimento prévio dos seus donos ou depositários.
Vandalismo é acto próprio de vândalo.
Os Vândalos foram uma tribo germânica com uma suposta origem nórdica e que se estabeleceu alguns séculos antes de Cristo na região da Magna Germania (Silésia), hoje norte da Polónia.
Eventualmente por razões de conflito territorial com as outras tribos germânicas (Godos) deslocaram-se lentamente para sul até ao ponto de no século II passarem a disputar as regiões do baixo Danúbio e Dácia, fronteiras do Império Romano.
No início do século V os Vândalos foram pressionados numa deslocação para ocidente como consequência da aproximação e tomada dos seus territórios pelos povos Hunos, provenientes da Mongólia.
Os Vândalos avançaram até à Gália onde obtiveram, aliados aos Alanos, vitórias sobre os Francos (outra tribo germânica que entretanto já controlava e dominava esta província romana). Mesmo assim os Vândalos seguiram caminho para sul, atravessando a Aquitânia para alcançarem a paz negociada com os romanos (o Império Ocidental desmembrava-se em cedências territoriais constantes face às invasões dos povos germânicos a quem estes chamavam simplesmente de Bárbaros e que pressionavam em todas as frentes) e se estabelecerem a noroeste da península Ibérica com a cedência de algumas terras da Gallécia (enquanto os seus aliados Alanos conseguiram receber territórios na Lusitânia).
Todavia a península Ibérica (Hispania) já não era totalmente romana, haviam os Suevos e os Visigodos que não admitiram a permanência dos Vândalos e tampouco dos Alanos que acabaram por se deslocar para o norte de África através do estreito de Gibraltar.
Novamente o Império Romano optou por ceder território até ao ponto em que os Vândalos deixaram de negociar para ocupar incondicionalmente e pela força. A tomada de Cartago em 439 sob o reinado de Genserico, junto com a conquista das ilhas Baleares, Córsega, Sardenha e Sicília, transformaram o reino dos Vândalos e Alanos num Estado poderoso que até ousou saquear a cidade de Roma em 455 (eventualmente foi esta pilhagem que se tornou objecto da memória ao “vandalismo”, acto de destruição).
O Império Romano Ocidental desapareceu pela incapacidade de organizar defesas contra invasões em todas as províncias simultâneamente. Mas o Império Romano Oriental, com a excepção nos Balcãs, manteve-se com domínios inalterados e militarmente bastante poderoso (embora inicialmente, antes das invasões germânicas, o Império Ocidental era bem mais poderoso que o Império Oriental).
O Imperador Romano Oriental (ou Bizantino) Justiniano I declarou guerra aos Vândalos e decidiu a recuperação vigorosa de todos os territórios do norte de África, significando o fim do reino Vândalo no ano de 534.
A civilização romana em termos culturais, políticos e sociais era tão superior e distinta dos invasores “bárbaros” que aconteceu o Império Ocidental ter desaparecido enquanto a base da sua língua, sistemas administrativos e religião terem permanecido dominantes até aos dias de hoje em grande parte dos seus ex-territórios.

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