sábado, 29 de março de 2008

Esztergom

Esztergom é actualmente apenas uma pequena cidade fronteiriça da província Komáron-Esztergom a norte da Hungria.
No ano 1000 o filho do Príncipe Géza, Vajk (posteriormente István) foi coroado em Esztergom, então capital da Hungria até ao ano de 1241 por decisão do Rei Béla IV que deslocou a residencia oficial para Visegrád e posteriormente para Buda. Essa mudança deveu-se principalmente às invasões mongóis.
Esztergom está entre as cidades européias que mais vezes foi destruída, ocupada, saqueada e posteriormente reconstruída, repovoada e reparada. Cobiçada por tártaros no século XIII, ocupada por checos no século XIV, tomada por otomanos no século XVI, libertada por austríacos no século XVII, sitiada pelos exércitos independentes de Rákóczi Ferenc no século XVIII, defendida por alemães em 1944 e capturada pelo exército vermelho soviético em 1945.
A ponte Mária Valéria (inaugurada em 1895) que atravessa o Danúbio com o propósito de conectar Esztergom com a cidade eslovaca de Štúrovo foi dinamitada pelas forças alemãs em retirada durante o final da II Guerra Mundial e somente reconstruída em 2001 com o apoio da União Européia.
A Basílica (Católica Romana) de Esztergom é a maior e a principal catedral da Hungria (cúpula com 72 metros de altura). O museu Keresztény alberga a maior colecção de arte sacra do país onde também se pode encontrar uma cópia fiel da coroa real A igreja paroquial no centro da Víziváros foi construída ao estilo barroco por jesuítas.
Esztergom é geminada desde 1974 com Espoo, cidade finlandesa onde está estabelecida a sede da Nokia Corporation.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Vandalismo

Vandalismo é o acto de destruição intencional de propriedades ou bens alheios respeitáveis, notáveis pela antiguidade e valor tradicional ou carácter artístico sem o consentimento prévio dos seus donos ou depositários.
Vandalismo é acto próprio de vândalo.
Os Vândalos foram uma tribo germânica com uma suposta origem nórdica e que se estabeleceu alguns séculos antes de Cristo na região da Magna Germania (Silésia), hoje norte da Polónia.
Eventualmente por razões de conflito territorial com as outras tribos germânicas (Godos) deslocaram-se lentamente para sul até ao ponto de no século II passarem a disputar as regiões do baixo Danúbio e Dácia, fronteiras do Império Romano.
No início do século V os Vândalos foram pressionados numa deslocação para ocidente como consequência da aproximação e tomada dos seus territórios pelos povos Hunos, provenientes da Mongólia.
Os Vândalos avançaram até à Gália onde obtiveram, aliados aos Alanos, vitórias sobre os Francos (outra tribo germânica que entretanto já controlava e dominava esta província romana). Mesmo assim os Vândalos seguiram caminho para sul, atravessando a Aquitânia para alcançarem a paz negociada com os romanos (o Império Ocidental desmembrava-se em cedências territoriais constantes face às invasões dos povos germânicos a quem estes chamavam simplesmente de Bárbaros e que pressionavam em todas as frentes) e se estabelecerem a noroeste da península Ibérica com a cedência de algumas terras da Gallécia (enquanto os seus aliados Alanos conseguiram receber territórios na Lusitânia).
Todavia a península Ibérica (Hispania) já não era totalmente romana, haviam os Suevos e os Visigodos que não admitiram a permanência dos Vândalos e tampouco dos Alanos que acabaram por se deslocar para o norte de África através do estreito de Gibraltar.
Novamente o Império Romano optou por ceder território até ao ponto em que os Vândalos deixaram de negociar para ocupar incondicionalmente e pela força. A tomada de Cartago em 439 sob o reinado de Genserico, junto com a conquista das ilhas Baleares, Córsega, Sardenha e Sicília, transformaram o reino dos Vândalos e Alanos num Estado poderoso que até ousou saquear a cidade de Roma em 455 (eventualmente foi esta pilhagem que se tornou objecto da memória ao “vandalismo”, acto de destruição).
O Império Romano Ocidental desapareceu pela incapacidade de organizar defesas contra invasões em todas as províncias simultâneamente. Mas o Império Romano Oriental, com a excepção nos Balcãs, manteve-se com domínios inalterados e militarmente bastante poderoso (embora inicialmente, antes das invasões germânicas, o Império Ocidental era bem mais poderoso que o Império Oriental).
O Imperador Romano Oriental (ou Bizantino) Justiniano I declarou guerra aos Vândalos e decidiu a recuperação vigorosa de todos os territórios do norte de África, significando o fim do reino Vândalo no ano de 534.
A civilização romana em termos culturais, políticos e sociais era tão superior e distinta dos invasores “bárbaros” que aconteceu o Império Ocidental ter desaparecido enquanto a base da sua língua, sistemas administrativos e religião terem permanecido dominantes até aos dias de hoje em grande parte dos seus ex-territórios.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Nova Lisboa (5)

A construção de torres em Nova Lisboa foi uma idéia da década de 70 durante a administração portuguesa.
A partir de 1975 deixou de existir Nova Lisboa, a cidade foi renomeada para Huambo, que já o tinha sido desde a sua fundação em 1912 (por diploma legislativo do General Norton de Mattos, governador da colónia de Angola) até ao ano de 1928.
Com o fim da administração portuguesa e o êxodo de cidadãos brancos, as torres (assim como outros edifícios) foram ocupadas rapidamente por cidadãos pretos que não distinguiram na sua necessidade as que eram habitáveis das que ainda não estavam terminadas.
Um fenómeno muito idêntico, diga-se de passagem, aconteceu na afamada Quinta do Mocho ali para os lados de Sacavém, a norte de Lisboa e sensivelmente na mesma época. Passaram mais de duas décadas desde esse momento quando as autoridades conseguiram resolver o problema com processos de realojamento, demolição dos imóveis e alguma remodelação urbana.
Mas no Huambo isso não aconteceu, algumas torres ainda por cima foram danificadas por granadas, projécteis de morteiros e outros que tais explosivos, nunca deixando de ser habitadas e adaptadas sem qualquer lógica de propriedade horizontal ou vertical.
A falta de uma pressão adequada na rede de abastecimento de água e uma distribuição eléctrica bastante irregular agravam as condições actuais de habitabilidade nos edifícios mais altos de Huambo, onde raramente se encontram apartamentos com casas de banho a funcionar bem como elevadores (as caixas e colunas dos elevadores serviram como depósitos de lixo até ao ponto de ser quase impossível de respirar nas partes comuns, escadas e acessos).
Imagens captadas em 2004 na cidade do Huambo, província do Huambo, Angola.

Pinípede otariídeo

Para quem muito entende de zoologia anfíbia em termos árticos ou antárticos definirá se o animal se chamará Leão-marinho, Otária, Foca ou simplesmente Morsa (hipótese muito remota pois então seria uma desdentada). Seguramente não é uma Lontra (e muito menos uma Bi-lontra) porque esse mamífero carnívoro é da família dos mustelídeos e sempre vive na proximidade dos rios, que não é este o caso. O da imagem é também um grande mamífero anfíbio e aquático mas de regiões polares.
A maior parte dos pinípedes conhece a morte por interferência humana, pela infeliz razão e resultado de ambos gostarem de comer peixe e similares, os primeiros directamente e com espinhas, os segundos no prato ou em gamelas.
A imagem apresentada não é propriedade do autor.

harman/kardon

Harman Kardon é uma empresa americana fabricante de aparelhos áudio com sede em Woodbury, New York.
A Harman Kardon foi fundada em 1953 por Sidney Harman e Bernard Kardon. Ambos deram contributos importantíssimos para o desenvolvimento em geral da indústria de fabricação de equipamentos de reprodução sonora de alta-fidelidade.
Apesar do seu primeiro produto ter sido um simples sintonizador de rádio, a Harman Kardon foi responsável pela produção do primeiro receptor de alta-fidelidade em stereo no ano de 1958.
Para além de um design interessante nos artigos de utilização doméstica, a qualidade do som reproduzido pelos aparelhos da Harman Kardon é excelente, razão pela qual é uma importante fornecedora de equipamentos de amplificação, rádio e navegação por satélite para as fábricas de automóveis BMW, Land-Rover, Mercedes-Benz, Saab e também para a Apple Inc.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Hymno da Carta

A memória de D. Pedro IV, Rei de Portugal e Imperador do Brasil (D. Pedro I) ocupa um lugar de destaque na cidade do Porto, eternizada pela estátua equestre ao centro da Praça da Liberdade, bem como em Lisboa, de pé sobre o alto da coluna erigida na praça baptizada com o seu próprio nome, embora popularmente conhecida como "Praça do Rossio".
Em 1822 o Rei D. João VI jurou a primeira Constituição Liberal Portuguesa, como consequência da revolução de 1820.
O seu filho Pedro, na altura Príncipe Regente do Brasil, compôs o Hymno Imperial e Constitucional dedicado a essa mesma Constituição.
Sucedendo naturalmente no trono em 1826, D. Pedro IV outorgou aos portugueses uma Carta Constitucional.
A partir da Carta Constitucional, o hino que havia composto anteriormente passou a ser utilizado como Hymno Nacional, embora a substituição oficial do Hymno Patriótico da autoria de António Marcos Portugal somente tenha vindo a acontecer em Maio de 1834.
Hymno da Carta:
Ó Pátria, Ó Rei, Ó Povo,
Ama a tua Religião
Observa e guarda sempre
Divinal Constituição
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
Ó com quanto desafogo
Na comum agitação
Dá vigor às almas todas
Divinal Constituição
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
Venturosos nós seremos
Em perfeita união
Tendo sempre em vista todos
Divinal Constituição
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
A verdade não se ofusca
O Rei não se engana, não,
Proclamemos Portugueses
Divinal Constituição
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
As imagens apresentadas não são propriedade do autor.

domingo, 16 de março de 2008

Magyarország földrajza

A Hungria tem 93 030 Km2, dimensão muito idêntica à de Portugal.
Em termos de população, cerca de 10 milhões de habitantes distribuídos por 19 províncias e também em Budapest. A capital conta com pouco mais de 2 milhões de cidadãos, numa concentração unipolar tendo em conta que as seguintes cidades de maior dimensão são Debrecen com cerca de 210 mil habitantes, depois Szeged, Pécs e Györ com 180, 170 e 130 mil habitantes respectivamente.
Existem dois importantes rios que atravessam a bacia dos Cárpatos, o Duna (Danúbio) e o Tisza, ambos correndo de norte para sul alinhados pela grande depressão (Alföld), o mais importante acidente geográfico. A noroeste existe uma outra depressão (Kisalföld) mais pequena.
É necessário subir as montanhas de Matra na província de Heves para encontrar a cota máxima de 1014 metros, em Kékes (Kékestető).
Sete países fazem fronteira com a Hungria. A Eslováquia a norte, a Ucrânia a nordeste, a Roménia a este e sudeste, a Sérvia a sul, a Croácia sudoeste, A Eslovénia a oeste e a Áustria a noroeste.
A primeira imagem apresentada foi gentilmente cedida por Viktória Tornyi.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Roman Holiday

Em Roman Holiday, Audrey Hepburn foi vencedora de um Óscar da Academia (do cinema americano) para a melhor actriz no ano de 1953. A inocente princesa Ann envolve-se involuntariamente numa “paixoneta” com o jornalista Joe Bradley (Gregory Peck) por motivos acidentais a ver com os sonhos de uma liberdade impossível para a jovem monarca e alguma impudicícia por parte do oportunista, que se revela no final um autêntico gentleman daqueles que já quase não há neste planeta.

Roma é o palco de fundo desta comédia romântica “rodada” a preto e branco, assunto que não perturba a beleza do cenário tendo em conta que esta cidade italiana até nem tem muito contraste cromático, embora uma impressionante beleza que o peso da história decidiu eternizar.

A relação que o Roman Holiday tem com o Casablanca de Michael Curtiz (com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, rodado em 1942, durante a II Guerra Mundial) não é nenhuma, apenas competem como os melhores filmes de sempre para diferentes cinéfilos.

Ora acontece que por vezes essas pessoas se encontram (no mais improvável que seja essa coincidência por razões geográficas ou de nacionalidade) e acabam por partilhar suas memórias de preferência infantil.

Se para um (um ele) a cidade de Casablanca havia sido uma desilusão (porque afinal a beleza incontestável de “As time goes by” é a maior e quase única referência do seu filme de eleição), para outro (uma ela) o recinto Colosseo, a fonte de Trevi, o Forum, o castelo de Sant’Angelo, a praça Venezia e o rio Tevere (as incontornáveis “chaves” de Roman Holiday), tornaram-se imperdíveis para reconhecer.

Ou seja, para a menina que sonhou um dia experimentar a sua mão na Bocca della verità, tal qual a princesa, foi importante a sensação de conquistar a realidade. Mas nesse dia ela já não era todavia uma menina, sim uma mulher feita.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Tratado de Roma

Viajar de propósito a Bratislava (desde Budapest) para recolher uma simples moeda austríaca de 2 Euros, comemorativa dos 50 anos do Tratado de Roma, pode até parecer inoportuno, mas é que certas vidas são mesmo feitas de coisas desta natureza.
A 25 de Março de 1957 tornou-se realidade o sonho de Robert Schuman e Jean Monnet, onde os governos da Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo se comprometeram à unificação de esforços comerciais mútuos de coesão com vista a uma integração política num futuro evolutivo indefinido.
Na mesma data foram na verdade assinados dois tratados, o constitutivo da Comunidade Económica Européia e o constitutivo da Comunidade Européia da Energia Atómica.
Os temas fundamentais do tratado da Comunidade Económica Européia foram o estabelecimento de uma política comum de livre circulação de produtos agrícolas entre os Estados membros, com regras proteccionistas contra a eventual concorrência externa e o estabelecimento de privilégios aduaneiros e posterior desbloqueio total de barreiras alfandegárias.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Szekszárd

Szekszárd é uma pequena cidade, a capital da província de Tolna, naquele sul da Hungria onde as planícies são a paisagem dominante.
Székszárd é de facto a mais pequena capital de província, com uma população de cerca de 36.000 habitantes.
O mosteiro Beneditino fundado pelo Rei Béla I no século XI foi destruído no momento da ocupação otomana do século XV que desertificou a cidade por completo. Apesar de Szekszárd ter conhecido uma revitalização urbana no século XVIII, a maioria das construções com certo valor arquitectónico são do século XIX, exemplo da Câmara Municipal, ao estilo neo-clássico.
O castelo de Szekszárd, então propriedade do Bispo János Vitéz, foi demolido integralmente por ordem do Rei Mátyás Hunyadi como retaliação a uma tentativa de conspiração em que este esteve implicado (recordando porém que o mesmo János Vitéz, Bispo de Esztergom, foi aquele que educou o próprio Mátyás durante a sua infância).
Nascer em Szekszárd não tem nada de especial, mas é certo que dizer a um estrangeiro esse local de nascimento dá um ar de graça, principalmente para quem habitualmente utiliza o inglês como língua de comunicação habitual... ...“ sexhard ”...

domingo, 2 de março de 2008

Helsinki Postmuseon

O Postmuseon encontra-se no rés-do-chão do edifício central dos correios de Helsínquia, em Aserna-aukio 5. Relata os 360 anos de história do serviço de correios na Finlandia, desde os tempos em que o Reino da Suécia o implementou.
Desde os primeiros “entregadores” de cartas não profissionalizados, aos serviços regionais de distribuição onde a natureza ditou a utilização de trenós e por fim à utilização das mais modernas tecnologias.
À entrada temos um corredor com figuras em cera que representam a evolução das fardas e equipamentos pessoais dos carteiros.
Depois aparecem alguns cenários onde se revivem as estações dos correios e utensílios de trabalho, impressão de selos, balanças, empacotamento, transporte, registros, etc. Um veículo Adler (camioneta) de 1911 e um reboque para transporte de cartas e pacotes.
Para além dos exemplares originais e provas de impressão de selos que aparecem em quadros decorativos, também são interessantes as mostras fotográficas, principalmente sobre os transportes postais em tempos de guerra, onde a distribuição de rações e correspondência era fundamental junto às frentes de batalha.
O museu é pequeno, dependendo do interesse e minúcia do visitante, pode ser visitado em uma ou duas horas. Os visitantes estrangeiros (europeus) sempre alteram a sua curiosidade menor quando encontram os quadros basculantes com colecções filatélicas completas do seu próprio país. Alguns de beleza rara, são obras de arte gráfica difíceis de encontrar colados em envelopes, mas apenas na posse de colecionadores.