terça-feira, 31 de março de 2009
Murgeira 3/6
sábado, 28 de março de 2009
Aniversário
quinta-feira, 26 de março de 2009
Coisas boas...
A Espuma dos dias
Aquela coisa viscosa que ao ser servida parecia rastejar e querer evadir-se dos pratos fazia recordar em L’écume des jours, de Boris Vian, a cena descrita com sadismo por Nicolas a Colin, da captura sangrenta de uma enguia que, saindo pela torneira do lavabo, ia todos os dias gulosamente sugar du dentifrice à l'ananas. Para a apanhar, Nicolas colocara um ananás em vez do tubo de pasta. Sôfrega, a enguia abocanhou-o, cravou-lhe os dentes e já não conseguiu recuar dentro do cano. Nicolas decapitou-a com uma lâmina de barbear, abriu a torneira e o resto saiu; fez então com ela um pâté. Enquanto ouvia os pormenores do relato do seu cozinheiro, Colin deliciava-se com a iguaria: - Redonne-moi du pâté. J'espère qu'elle ait une nombreuse famille dans le tuyau.
Engenheiro mecânico, inventor, escritor, poeta, actor, guionista e cineasta de curtas-metragens, cantor, letrista, trompetista, pensador, inconformista, iconoclasta, patafísico e anti-militarista, Boris Vian era um apaixonado pelo jazz, manipulando as palavras como fazia com os sons: a sua escrita, lâmina afiada, é uma profusão de símbolos, metáforas e figuras, sincopada e ritmada, uma sucessão de anagramas, trocadilhos, neologismos, jogos fonéticos, variações e improvisações. Resineiros
sábado, 21 de março de 2009
Capela de Santo António
Magyar László
A heráldica da vila de Öttömös, na província de Csongrad, ainda hoje preserva a sua memória embora sejam poucos os húngaros que saibam algo sobre este eminente explorador aventureiro.
A família Magyar foi em determinado período a proprietária das terras de Öttömös, confirmado pela representação de um unicórnio branco em fundo vermelho e por uma coroa com motivos africanos (desenhada a cabeça de um leão e dois dentes de marfim) a par de um curso de água e de uma âncora.
László Magyar nasceu em Szombathely a 13 de Novembro de 1818 e morreu provavelmente a 9 de Novembro de 1864 em Benguela, Angola, possivelmente vítima de malária ou de tuberculose. A sua carreira na Marinha Imperial começou em Fiume (O Império Austro-Húngaro tinha acesso ao mar através das províncias que hoje correspondem à Croácia e de alguns territórios litorais que actualmente pertencem à Itália) e daí partiu para a América do sul. Nas florestas amazónicas no Brasil não encontrou quaisquer cidades perdidas, quando decidiu conhecer e cartografar os territórios inexplorados do interior da África Ocidental, Angola.
Aos trinta anos de idade László Magyar estabeleceu relações de confiança com o Rei do Bié, acabando por casar com uma filha sua.
A breve morte do sogro concedeu ao húngaro o direito legítimo de sucessão ao trono do reino bieno, por herança tomou posse de um território maior do que o país onde nasceu.
Com a colaboração dos seus súbditos, László Magyar organizou diversas expedições de modo a identificar geograficamente o Reino do Bié e os territórios a norte como ainda registou o posicionamento do rio Congo e do rio Zambeze.
A maior parte do tempo, ou seja durante os 17 anos vividos em África, László dedicou-se a estudos etnográficos e à aprendizagem de línguas nativas. Consequentemente sabia falar Quimbundo e provavelmente compreendia os dialectos Umbundo, Ovampo, Lundo e Lovar, para além das seis línguas européias que já conhecia, nomeadamente Português, Castelhano, Italiano, Francês, Alemão (utilizada com alguma frequência em relatórios e mapas que enviava para Viena) e obviamente o Húngaro (a que utilizava na correspondência com a Academia de Ciências).
Apesar de ter formação militar da Marinha e alguns conhecimentos de astronomia, a habilidade de László Magyar em desenho cartográfico era fraca e muito pior era a sua organização documental ou o modo como partilhava as suas descobertas e estudos (as comissões de exploração na América do sul e África eram seguidas atentamente e com interesse pelas Sociedades de Geografia e Academias de Ciências tanto da Áustria como da Hungria). Foram precisamente estas duas falhas (mapas demasiado distorcidos e relatórios recheados de contradições factuais e descrições confusas) que descredibilizaram o explorador na Europa em comparação com outros exploradores comissionados em outras regiões.
A correspondência do húngaro era todavia mais interessante para os portugueses do que para os austro-húngaros (assim explicado o facto de existirem primariamente traduções para português de documentos publicados em alemão e húngaro ou interceptados pelos serviços de espionagem, que posteriormente eram traduzidos para inglês e depois para francês).
David Livingstone, António Silva Porto e László Magyar deram importantes contributos para o conhecimento dos europeus sobre África e especificamente sobre a região que hoje se chama de Angola. Enquanto o primeiro era missionário-explorador e o segundo um colonizador-explorador, apenas o explorador-aventureiro ficou esquecido na história de Portugal (e da Hungria). O Reino do Bié foi conquistado na campanha urgente de colonização portuguesa do interior de Angola e o Império Austro-Húngaro praticamente deixou de se interessar pelo estabelecimento de colónias ultramarinas e assim pelos assuntos africanos.segunda-feira, 16 de março de 2009
Aversões
domingo, 15 de março de 2009
Paixões
Trata-se de um BMW E46 de modelo 325 Ci, produzido na alemanha entre os anos 2001 e 2007.
O motor de 6 cilindros em linha e 24 válvulas, tem 2494 centímetros cúbicos e 195 cavalos de potência.
Os estofos em pele são aquecidos e de regulação eléctrica com 3 memórias, enquanto a caixa de velocidades é de 6 em versão manual ou 5 em automático, com opção Sport ou de limitação manual.
No volante regula-se o rádio e leitor de Cd’s harman/kardon bem como o Cruise Control, enquanto na consola aparecem os modos de abrir e fechar a capota com o veículo imobilizado.
A jovem do vestido branco está indubitavelmente apaixonada e sabe demonstrá-lo com afecto e carinho.quarta-feira, 11 de março de 2009
Lavagens cerebrais
O simplório do Noddy com o seu ridículo carro amarelo, atenta contra o intelecto dos incautos, desalenta os jovens que querem ir mais além do que a mediocridade ou simplesmente desviar-se da vereda dos acobardados, transfigura crianças inocentes em meros vegetais, tipo nabos.
Antigamente, já lá vão uns trinta anos, muito melhor do que essa baboseira de taxista mariconço, sucessor categórico dos imbecis Tele-tubbies, eram os bonecos animados a preto e branco da Checoslováquia, apresentados por quem sabia do assunto, no “Cinema de animação” aos Domingos, só de exemplo.
Não por acaso (i.e. seguramente) as cores do Noddy e do seu chaço são as mesmas de um palhaço pseudo-escocês que mais tarde irá aparecer na vida das crianças e "espetar-lhes" com umas sandes de carne picada feitas sabe-se lá de quê, mas bem dissimuladas em caixinhas e que oferecem brinquedos feitos na China absolutamente estúpidos. Os infantes tornam-se obedientes ao sistema e contrariamente ao seu comportamento habitual em casa, será possível vê-los a arrumar mesas e levantar tabuleiros em espaços públicos.
