quarta-feira, 11 de março de 2009

Lavagens cerebrais

No outro dia o cabeçudo do Noddy perdeu o guizo do capucho, uma bestial contrariedade e drama axiomático portanto, característico na profissão de um motorista de praça. O mais totó dos bonecos animados transforma esse seu quixotesco problema numa demanda obstinada, coisa natural para um indivíduo presumivelmente adulto (deve ser encartado, porque anima constantes conversas relaxadas com o polícia lá do bairro) mas que se apresenta vestido de calções e com uns sapatos vermelhos foleiros, assim à palhaço. Sucede que a baixíssima habilidade de raciocínio do dito fogareiro leva-o a envolver todos os conhecidos e vizinhança nessa estopada, a do guizo extraviado, porque é um grandessíssimo palerma e precisa de ajuda para pensar o óbvio, conselhos que escuta mas interpreta do modo mais estulto e idiota.

O simplório do Noddy com o seu ridículo carro amarelo, atenta contra o intelecto dos incautos, desalenta os jovens que querem ir mais além do que a mediocridade ou simplesmente desviar-se da vereda dos acobardados, transfigura crianças inocentes em meros vegetais, tipo nabos.

Antigamente, já lá vão uns trinta anos, muito melhor do que essa baboseira de taxista mariconço, sucessor categórico dos imbecis Tele-tubbies, eram os bonecos animados a preto e branco da Checoslováquia, apresentados por quem sabia do assunto, no “Cinema de animação” aos Domingos, só de exemplo.

Não por acaso (i.e. seguramente) as cores do Noddy e do seu chaço são as mesmas de um palhaço pseudo-escocês que mais tarde irá aparecer na vida das crianças e "espetar-lhes" com umas sandes de carne picada feitas sabe-se lá de quê, mas bem dissimuladas em caixinhas e que oferecem brinquedos feitos na China absolutamente estúpidos. Os infantes tornam-se obedientes ao sistema e contrariamente ao seu comportamento habitual em casa, será possível vê-los a arrumar mesas e levantar tabuleiros em espaços públicos.

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