quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Wiener Kongress

O Artigo 105 do Acto final do Congresso de Viena reconhece o direito português à recuperação do território de Olivença. Por outro lado, o mercado de escravos foi condenado... a norte da linha do Equador... de modo a permitir que o reino de Portugal continuasse o tráfico humano entre Angola e Brasil, morada do Rei D. João VI.
O Congresso de Viena aconteceu na capital da Áustria, tal como o nome indica, entre entre 1 de Outubro de 1814 e 9 de Junho de 1815. Ali foram defendidos quase em exclusivo os interesses da Rússia, Reino Unido, Prússia, Áustria, Suécia e também da França em termos de compensações, repartição territorial e reorganização política.
Os delegados dos restantes países convidados (na maioria afectados pelas invasões napoleónicas) por Francisco I da Áustria (anteriormente com o nome Francisco II, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico) pouca intervenção tiveram, apenas direito a luxuoso entretenimento.
O início do Congresso de Viena aconteceu quatro meses após o Tratado de Paris, onde se definiu a paz sobre a Europa e oficializou o armistício da França.
Porém, ainda o Congresso ia a meio quando aconteceu Napoleão Bonaparte regressar do exílio na ilha de Elba em glória, com fortes intentos para a retoma da guerra. Porque havia sido derrotado anteriormente por uma coligação de exércitos europeus superior a 500 mil soldados, a sua brilhante estratégia era obviamente derrotar os inimigos separadamente e de modo suficientemente rápido, impedindo que se aliassem.
Aconteceu nove dias depois de encerrado o Congresso de Viena a invasão da Bélgica, com um exército de 124 mil homens da França. Os exércitos oponentes (o anglo-batavo-alemão contava com 93 mil soldados e o prussiano com 117 mil) eram para Napoleão uma amostra (apesar da imediata inferioridade numérica) da grande empresa que seria combater 210 mil soldados austríacos, 150 mil soldados russos e outros 75 mil austro-italianos.
Mas o sonho pereceu em quatro dias com a batalha de Waterloo pela vitória de Arthur Wellesley, duque de Wellington. A 16 de Junho Napoleão conseguiu bater com muita astúcia os exércitos prussianos comandados por Gebhard Von Blücher, mas no dia 18 de Junho de 1815 os 67 mil homens e 160 canhões de Wellesley derrotaram os 74 mil homens e 250 canhões franceses. Na batalha de Waterloo morreram 15 mil ingleses, alemães, belgas e neerlandeses, 7 mil prussianos (a somar aos 22 mil que tombaram nos combates de Ligny dois dias antes) e 25 mil franceses.
Durante cerca de quarenta anos houve paz na Europa, até ao momento em que Viena aparece no mapa de conflitos (as revoluções de 1848 dentro do Império Austro-Húngaro).
Durante cerca de quarenta e cinco anos houve paz na Europa, até ao momento em que Viena aparece novamente no mapa dos conflitos (a I Grande Guerra Mundial nasce pelas mãos do Império Austro-Húngaro num conflito regional balcânico).
Viena esteve ao lado de Berlim na II Grande Guerra Mundial.
Viena é contudo uma cidade bela, encantadora, musical, artística, grandiosa, imperial, que pouco parece ter a ver com a guerra.
O palácio dos Habsburgos é dos mais belos palácios reais da Europa. O edifício do parlamento é soberbo e a câmara municipal idem. E depois há os diferentes teatros e casas de ópera como autênticos monumentos.
Viena está a cerca de 200 km de Budapeste, ligadas por uma auto-estrada de traçado quase rectilíneo (M1) e pelo mesmo rio, a que os austríacos chamam Donau e os húngaros chamam Duna.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece-me que estás sozinho... hehehe...

Quem sabe se para o ano não me fazes companhia até Viena? Pelo que ouvi dizer é só apanhares a M1... 200 Kms não é?

A Milaida manda beijinhos.