sábado, 13 de dezembro de 2008

Az első találkozás

Trinta minutos antes da hora combinada já ele havia chegado ao largo junto ao parque de estacionamento da praça Blaha Lujza. Poucos metros de distância o separavam do lugar onde se conheceram e fora ali a última vez que se tinham visto, por cautela de um e embaraço de outro, a falta de ousadia designou o mesmo local para o primeiro encontro, num Domingo às quatro da tarde.
O frio era suportado por debaixo de um sobretudo cinzento, onde a gravata protegia a garganta mas tentava uma compostura séria.
Com relevante atraso ela levantou a suspeita de que não apareceria, talvez tenha desistido, talvez tenha segredos e compromissos impeditivos, pensou.
Caminharam pela Nagy körut, nome pelo qual é conhecida a avenida que de quando em quando exibe nomes diferentes aos quarteirões, enquanto inventavam novos motivos para conversa, ele dá-lhe o braço, ela acompanha.
No Madách Szinház, foi representada Az Operaház Fantomja em Dezembro passado, versão traduzida, melhor do que The Phantom of the Opera dois anos antes em Londres.
Em veloz ritmo trocaram sabedoria e reconheceram-se as almas, quando à entrada do centro comercial na Nyugati Palyaudvar já construíam esperanças sem certezas, estabeleceram-se preferências nos sabores das bolas do gelado e do café que é muito melhor se não misturado o leite, embora leite seja também muito bom, quando frio e achocolatado, assim por diante e novamente ao jantar.
A pé, voltaram à praça Oktogon, subiram o passeio Andrássy para tornearem a estatuária dos reis e heróis, encontrando o espaço romântico do restaurante Robinson. Sempre falando ele mais do que ela, escusando-se por isso.
O primeiro passo, um momento audaz foi o primeiro beijo na esplanada sobre o lago de água quente, testemunhados por aves te todas as espécies, depois do jantar.
Sorrisos e graça foram bastantes para as pegádas marcadas em estreia sobre a superfície branca de flocos da Hősök tere, isto é, praça dos Heróis na direcção das escadarias da Földalatti, onde se abraçaram e sentido o calor contrastante das faces e o encosto das mãos sobre os relevos do corpo, ganharam certezas.
Conheceram-se apenas no dia anterior, mas tudo era tão breve que sentiam ambos amizade de longa data.
Acompanhou-a por fim até à praça Batthyány, onde o seu estimado Honda estava parqueado, numa escuridão de noite já confirmada pelos projectores que iluminam a fachada do parlamento da Hungria, Országház, do outro lado do rio, mesmo em frente.
Beijaram-se novamente, nevava junto aos lábios.
Não por acaso ela reteve o seu cachecol, dormiu com ele, parece que cheirava bem, que a paixão deixa-se alimentar por pormenores destes.
A noite para ambos, mesmo à distância, foi passada em claro.

5 comentários:

Leonor disse...

Gostei muito deste passeio por Budapeste. Adoro a cidade!

Maria disse...

Sinto saudades de um cachecol na minha vida...

Anónimo disse...

gostei mesmo deste artigo , da para recordar ...

Lis disse...

Interessante post, bonito texto. Com nítidas marcas de sensibilidade masculina.

Anónimo disse...

Mas que bem,James!Gostei muito:do texto inspirado,de rever a bela Budapeste e,claro-sempre-de ler esta bela história de amor tendo a música de Chopin como pano de fundo.