Quem nunca combateu nada entende da guerra por mais que estude o assunto. Portanto o tema dos sintomas traumáticos que afectam psicologicamente alguns militares que participaram em guerras é assunto delicado, porque não é totalmente compreendido pelos restantes, por mais estudiosos que sejam e também porque provavelmente nem todos os pacientes obedecem a padrões de comportamento idênticos.
Tudo tem a ver com a morte, com os objectos, ruídos, imagens e idéias que de algum modo se relacionam com a dita.
O que é certo é que depois de voltar de Angola nunca deixou de ter receio de certas coisas que normalmente são inofensivas, ou seja, na Europa não deviam fazer sentido. Uma delas é evitar percorrer caminhos em terreiros, pisar bermas de estradas ou circular por fora dos passeios e fica mais nervoso quando entra numa mata ou num baldio. Observa escrupulosamente os marcos quilométricos junto às estradas e espera sempre que algum deles possa informar “zona minada”, uma imagem da morte.
Imagem captada junto aos encontros da estrutura metálica que substitui a anterior ponte sobre o rio Kukema, na estrada que liga o Kuíto (antiga Silva Porto) ao Huambo, Angola em 2004.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
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