sábado, 13 de dezembro de 2008

Az alagút sarka

Conheceram-se no serão de 21 de Janeiro de 2006 em Budapest. Apaixonaram-se em menos de vinte e quatro horas, no primeiro encontro, um Domingo à tarde e em escassos quinze dias já trocavam mensagens a dizer Szeretlek. Tudo estava tão claro para ele como confuso para ela, porque enquanto o primeiro contava com um passado rico de aventuras e compromissos, as ambições da segunda eram modestas à falta de conhecer diferente.
A euforia de amor primário durou o mais que foi possível e com a intensidade somente comum nos sonhos e fantasias até ao contacto telefónico que anunciava o encerramento da sua missão na Hungria. Aconteceu ali, na esquina do túnel diagonal que liga a estação subterrânea ferroviária do HEV às escadas rolantes do Metro, em Batthyány tér numa Segunda-feira de Fevereiro.
Embora ela não compreendesse ainda a língua portuguesa, um sexto sentido funcionou enquanto observava atentamente os movimentos trémulos nos lábios durante a breve chamada. O seu coração estava aflito, decidiu chorar, devagar e encostada ao ombro dele. A felicidade parecia afinal tão efémera, tão frágil, demasiadamente finita.
Enquanto mantinha um semblante carregado de preocupação, os pensamentos dele eram outros, um conjunto de sentimentos bem organizados permitiu-lhe “desenhar” em poucos segundos o mapa das suas prioridades na vida:
- Sossega, eu voltarei a Budapest... em menos de quinze dias.
- Verdade?
- Julgas-me capaz de perder a La Bohème na Operaház?
- Amas-me?
- Não sei outra coisa.

3 comentários:

Anónimo disse...

Estranhos amores vividos na ausência.

james stuart disse...

Existem razões muito concretas para que assim seja.
"Az alagút sarka" (A esquina do túnel) pertence a uma história de amor, de episódios contados separadamente e fora de ordem temporal. O primeiro episódio ainda não foi contado, apenas o segundo em "Az elsö találkozás" (o primeiro encontro) publicado em 21 de Setembro de 2007, que na verdade antecede imediatamente "Az alagút sarka".
A mulher com o vestido carmim de "5 Puttonyos" (publicado em 2 de Abril de 2007) é a mesma (personagem desta história), embora esse episódio aconteça muito depois destes dois.
Agradeço o interesse.
Oportunamente escrevo o primeiro episódio (o mais breve possível seguramente, porque o tempo é inimigo da memória precisa).

Anónimo disse...

Obrigada pela atenção. Já fiz uma pequena investigação ao blog à procura de um fio condutor. Não que seja absolutamente necessário para entender o amor que descreve.