terça-feira, 11 de setembro de 2007

Salzburg

Salzburg é cidade onde a revisita acontece por encantamento. Mesmo alternando os momentos, por entre margens verdes ou geladas, sempre o rio Salzach corre rápido.
Nas ruas de calçada, nome modesto para o empedrado do pavimento, há um rumo ao vinho quente nas feiras de natal, uma romaria à casa de nascimento de Mozart na Getreidegasse nº 9, principalmente no verão.
A subida ao monte Festungberg encontra o castelo Hohensalzburg dominando o panorama desta cidade barroca enquanto no sopé serena o palácio de Mirabell com os seus fantásticos jardins de flores.
Capital do Estado federal com o mesmo nome, Salzburg é uma porta de entrada norte para os Alpes, a cerca de 150 quilómetros de Munique e 300 de Viena.
O centro histórico tornou-se classificado como património da humanidade UNESCO desde 1997, mas a maior beleza de Salzburg são os violinos, os pianos ou os sopros musicais constantes que se soltam das janelas das escolas ou de casas particulares, como um passatemo de adultos e crianças numa excentricidade que somente um visitante reconhece.
A quarta imagem apresentada não é propriedade do autor

8 comentários:

Anónimo disse...

Cidade cuja visita gostaria de incluir num itinerário, sem dúvida.
Este ano, acabei por ir para fora cá dentro.
Na busca do texto de que lhe falava no seu post anterior, num arquivo próximo do dos CD, a escolha da música de fundo recaiu sobre o «Requiem» de Mozart, escolha que nada tem a ver com o «nine eleven».
Profundo e pesado para esta hora?
Wiener Philharmoniker e as vozes arrepiantes de Edith Mathis (soprano) e Karl Ridderbusch (baixo), com a qualidade Deutsche Grammophon.

james stuart disse...

Sem dúvida que as edições da Deutsche Grammophon habituaram os seus clientes pela mais alta qualidade, razão pela qual, julgo, também são um pouco mais caros do que os seus concorrentes, pese as "royalties" serem sempre mais confortáveis enquanto as obras são livres (o processo de direitos de autor por vezes nem sequer existe, por se tratarem de composições sem reserva).
Requiem é uma composição brilhante, entre as minhas preferências a par de A Paixão segundo S. Mateus de Bach, embora em estilos um pouco diferentes. Sobre composições no género "missas" decididamente as composições de Bach é o que mais aprecio.
Sobre esta obra de Mozart, o Requiem, há que reportar que a obra não é da sua autoria.
Bem, parece estranho... o Requiem de Mozart não é de Mozart...???
Sim, que Mozart faleceu antes de concluir a obra, aliás pouco escreveu nela. Por razões simplesmente financeiras (que o adiantamento já tinha sido entregue a Mozart, porque a obra era de encomenda, para um cliente), a família de Mozart solicitou a um compositor de confiança que "agarrasse" nas notas de Mozart e finalizasse a composição ao seu estilo.
Ou seja, em termos de base, a abertura dos andamentos, o ritmo, a divisão e os lugares eventualmente terão sido de Mozart, por isso lhe é atribuída a autoria.
Mas isso pouco importa pois a obra é fabulosa.

sombra e luz disse...

sabe que o seu blog é refrescante!?...Dá a volta a muitos mundos...... Afinal o que é que que você anda por aí a fazer?... seja o que for continue... pela amostra deve estar a sair-lhe bem...
Hei-de voltar

sombra e luz disse...

Olá

Ainda bem, para mim, que você gosta de escrever e que escreve bem... Uma alegria, tanta generosidade na forma e no conteúdo...

Havemos de voltar a conversar...

Um "Boa noite" cá da praia ocidental e lusitana...

Anónimo disse...

exprimenta divulgar no aeiou vais ver que os visitantes disparam um abraço

Lis disse...

Gosto da austeridade enlaçada nas montanhas...as cidades fascinam-me...Já leu as Cidades Invisíveis?

james stuart disse...

Desconheço essa obra, tampouco o nome não me soa.
Há uma cidade fascinante, Innsbruck. Ali repousa num vale, completamente plano este... um rio corta essa planície rodeada por cumes aguçados dos Alpes.
Oportunamente escreverei sobre a cidade, não colando o artigo a este de Salzburg.

Bee disse...

As opiniões dividem-se sobre a autoria do «Requiem» e a especulação que a polémica gerou confunde.

Sendo certo que Mozart deixou esta obra inacabada, ainda trabalhou nela durante uns seis meses, os últimos da sua vida e não creio que se possa afirmar que não é de sua autoria.

A mais aceitável será a teoria de que Frank Sussayr, um aluno seu - e não Salieri como alguns pretendem fazer crer - a terá finalizado, seguindo com rigor as linhas de orientação definidas por Mozart. Completas, já estariam as doze partes vocais que compõem o «Requiem» e também a orquestração até ao «Lacrimosa», ou seja, cerca de 50% da obra. O resto da partitura estaria já bem delineado, com indicações precisas. Se, na época e pelas razões que já referiu, era impensável associar o nome de um discípulo, talvez merecesse e devesse figurar, hoje, junto do do Mestre.

Concordo consigo, James. Seja qual for a verdade, o que importa é que resultou numa das obras mais extraordinárias.

Hoje, escolhi dois concertos para cravo desse outro génio que é Bach (pai), um dos meus compositores de música barroca preferidos que me acompanham desde a adolescência e um dos instrumentos predilectos também: «Die Konzerte für 3 und 4 Cembali» , direcção Trevor Pinnock, qualidade «Archiv Produktion». Um espanto de rigor e precisão! Matemática pura! Já se sabe, música e matemática andam de mãos dadas...
Também gosto muito de um dos filhos, o Carl Philipp Emanuel, no cravo também, mais leve e solto.

Et sur ce, je me sauve!
Bom resto de semana e bom fim-de-semana.