Não é maior esforço comparar Luís Vaz de Camões com Miguel de Cervantes Saavedra, pelo facto de serem contemporâneos e terem garantido o mais alto reconhecimento por artes de escrita a título póstumo.
Enquanto as suas vidas foram recheadas de aventuras e desventuras, onde não faltaram a ambos diversas viagens terrestres e marítimas, participações em guerras, contacto com culturas distintas, aprisionamento por duelos ou endividamento, as suas obras seguiram rumos completamente distintos, no estilo e no conteúdo.
Camões produziu principalmente poesia lírica ou amorosa e algumas peças de teatro, de onde se destaca Os Lusíadas, uma obra poética com 1102 estrofes e que tem como argumento principal uma descrição da descoberta do caminho para a Índia pelo navegador Vasco da Gama e partes da história de Portugal. A obra Os Lusíadas glorifica a nação portuguesa da primeira à última oitava.
Camões morreu pobre porque é esse o destino natural dos que se dedicam quase exclusivamente à poesia.
Cervantes escreveu essencialmente teatro e novelas onde integrou alguma poesia. A grande obra reconhecida deste autor é El ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha, uma novela moderna escrita em duas partes (a segunda parte é El ingenioso caballero Don Quixote de la Mancha), um livro de entertenimento e paródia, recheado de peripécias cómicas ou disparates muito bem escritos, com propósitos de divertir qualquer tipo de leitor. Alguns episódios ou partes desta novela foram aproveitados de umas peças escritas pelo árabe Cide Hamete Benengeli, sobre as quais Cervantes comprou os direitos da tradução, enquanto outros foram adaptados por causa de plágios que ocorreram de outros escritores espanhóis.
Cervantes não enriqueceu porque nunca registou os direitos de propriedade e exclusividade da sua principal novela fora de Castilla. A novela Don Quijote tornou-se tão popular que foi alvo de milhares de cópias e traduções, vendidas mais baratas do que as edições originais.
Camões morreu pobre porque é esse o destino natural dos que se dedicam quase exclusivamente à poesia.
Cervantes escreveu essencialmente teatro e novelas onde integrou alguma poesia. A grande obra reconhecida deste autor é El ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha, uma novela moderna escrita em duas partes (a segunda parte é El ingenioso caballero Don Quixote de la Mancha), um livro de entertenimento e paródia, recheado de peripécias cómicas ou disparates muito bem escritos, com propósitos de divertir qualquer tipo de leitor. Alguns episódios ou partes desta novela foram aproveitados de umas peças escritas pelo árabe Cide Hamete Benengeli, sobre as quais Cervantes comprou os direitos da tradução, enquanto outros foram adaptados por causa de plágios que ocorreram de outros escritores espanhóis.
Cervantes não enriqueceu porque nunca registou os direitos de propriedade e exclusividade da sua principal novela fora de Castilla. A novela Don Quijote tornou-se tão popular que foi alvo de milhares de cópias e traduções, vendidas mais baratas do que as edições originais.
"Tudo pela Nação, nada contra a Nação"
A instauração da República, em 5 de Outubro de 1910 resultou somente em instabilidade política, injustiça social, lutas de trabalhadores, revoltas e tumultos, aumento do crime e impunidade aliados a uma profunda crise financeira.
"As discussões têm revelado o equívoco, mas não esclarecido o problema; já nem mesmo se sabe o que há-de entender-se por democracia".
A 28 de Maio de 1926, o exército comandado pelo General Gomes da Costa tomou o poder através de um golpe militar que se tornou conhecido por Revolução Nacional.
"Estado é a Nação socialmente organizada".
A revolução de 1926 encerrou o imprestável período de liberalismo republicano que sucedia ao constitucionalismo monárquico. Este movimento militar era portanto anti-liberal, anti-parlamentar e nacionalista.
"Manda quem pode, obedece quem deve."
A grave desorganização económica e financeira aliada a uma passiva incapacidade de resolução dos problemas estruturais e uma degradação continuada da imagem do país no plano internacional sustentada pelo anterior Estado democrático e liberal republicano, levaram ao aparecimento de um Estado Novo, promotor de progresso ordenado.
"Não devemos deixar entrar a desordem onde há ordem."
António de Oliveira Salazar foi de imediato convidado pela Ditadura Militar a assumir a tutela das Finanças do novo governo, mas após treze dias renunciou ao cargo por não terem sido satisfeitas as condições que determinou como indispensáveis ao seu exercício de funções.
"Sei muito bem o que quero, e para onde vou!"
Em 1928, após a eleição presidencial do Marechal Óscar Carmona, António Salazar assumiu o cargo de Ministro das Finanças, na sequência do fracasso do seu antecessor em conseguir empréstimos externos para compensar as dívidas públicas.
"Não tem que agradecer-me ter aceitado o encargo, porque representa para mim tão grande sacrifício que por favor ou amabilidade o não faria a ninguém. Faço-o ao meu país como dever de consciência, friamente, serenamente cumprido".
O primeiro passo foi o equilíbrio das contas públicas, por medidas austeras de controlo de despesa e captação de receita, invertendo o défice permanente. Consequentemente tornou-se possível controlar a elevada inflacção através da estabilização de preços.
"Ensinai aos vossos filhos o trabalho, ensinai às vossas filhas a modéstia, ensinai a todos a virtude da economia. E se não poderdes fazer deles santos, fazei ao menos deles cristãos".
O corporativismo foi a forma de organização económica e social encontrada para ultrapassar os problemas gerados pelo capitalismo liberal e uma forma de ultrapassar a luta de classes, ideia central da ideologia marxista.
"Não discutimos Deus e a virtude. Não discutimos a pátria e a sua história. Não discutimos a autoridade e o seu prestígio. Não discutimos a família e a sua moral. Não discutimos a glória do trabalho e o seu dever."
Ao Estado liberal, abstencionista em matéria económica e laboral sucedeu um Estado intervencionista na economia, aceitando o capitalismo, mas reconhecendo a função social da propriedade, do capital e do trabalho, obrigando os indivíduos a viverem num clima de harmonia social e deixando para o Estado o papel de regulador da vida económica e social.
"Em política, o que parece é”
O corporativismo do Estado Novo promoveu portanto a harmonia, em oposição ao clima de constante confrontação social conhecido anteriormente. O facto do poder executivo depender pouco de partidos políticos tornou o Estado forte e bastante independente de influências externas, num mundo transformado por uma grande guerra, com o aparecimento de novos países e diferentes centros de poder internacional.
"As Nações Unidas são inúteis. [...] São também nocivas. Não passam de um terreno onde floresce a demagogia com um bando de países recém nascidos, desprovidos de qualquer tradição.”
É verdade que o corporativismo do Estado Novo não foi perfeito, não resultou em toda a linha tampouco pôde ser aplicado na totalidade da lógica do seu sistema. Isto aconteceu em parte porque a 1ª República havia alimentado em curto espaço de tempo demasiados preguiçosos e incompetentes, corruptos e traidores, sem a mesma integridade e autoridade moral do governante.
"No dia em que eu abandonar o poder, quem voltar os meus bolsos do avesso só encontrará pó."
Salazar tinha melhor do que ninguém um sentido da grandeza do Estado mas a noção das suas proporções. A sua aversão por sistemas políticos do tipo fascista totalitário como eram os da itália e Alemanha na década de 30 (O Primeiro-ministro português nutria um profundo desprezo intelectual pelos seus homólogos destes dois países), como também animosidade quanto a democracias multipartidárias que se perdiam em discussões estéreis e em erros condenáveis pela história (exemplo da que havia envolvido Portugal na 1ª Guerra Mundial, consumindo inutilmente as energias da nação), tornaram o Estadista impopular.
"Não se pode, ao mesmo tempo, governar e encantar a multidão."
Os discursos de Salazar são dignos de estudo e reflexão, não somente pela sua actualidade mas principalmente como exemplo de genialidade em pensamento político. O valor da autoridade e respeito para garantir a liberdade, demonstrado numa dimensão que extravasava os interesses particulares em favor dos interesses da Nação, remeteram o líder para uma rota de dever pessoal conduzida orgulhosamente só.
"Vós pensais nos vossos filhos, eu penso nos filhos de todos vós".
A Colorado cirkusz tulajdona és most Budakalászon van.
Numa folha de caderno, copiou ali mesmo a toque de esferográfica a reprodução da obra fauvista no restaurante-pizaria da torre das Antas, edifício-sede das empresas de transportes públicos colectivos rodoviários e ferroviários do Porto, entre outras.
A carreira de Henri Matisse passou pela escultura, desenho e litografia, decoração de interiores e exteriores como complemento de arquitectura planeada e ilustração de papiers collés et gouaches découpées. Reconhecido na sua pátria e também no “Novo Mundo”, Matisse morreu em Nice a 3 de novembro de 1954.
Do “boneco” rabiscado na página pautada de um caderno, nasceu uma original variação de um nu azul ao estilo de Matisse.
Nos anos 30 Stalin criou uma estrutura policial e militar repressiva e limitadora das liberdades individuais, principalmente feroz aos opositores políticos do regime. Tendo se apercebido do grande atraso, em termos industriais e tecnológicos, que o seu país demonstrava em relação a outros, apostou em fortes programas de industrialização e colectivização forçada. Toda e qualquer oposição a essa linha de mudança era reprimida violentamente.
Durante toda a década de 40, a estratégia de Stalin em termos de administração territorial foi coerente com o modo de encarar a política e os seus opositores. Os prisioneiros alemães e húngaros da Segunda Guerra Mundial, os resistentes ou adversários internos, os separatistas das diferentes repúblicas da União Soviética, principalmente as bálticas, e todos os insatisfeitos com o regime socialista estabelecido foram deportados para o interior e norte do país, principalmente para a Sibéria. (As deportações de húngaros é apenas um pequeno exemplo da magnitude deste programa: Quando o "Exército Vermelho" invadiu a Hungria, foi estabelecido pela administração de Stalin uma quota mínima de prisioneiros a deportar para os campos de concentração da Sibéria, como forma de punição e aproveitamento de mão-de-obra escrava. Como a maioria dos jovens e adultos do género masculino tinham morrido na guerra a lutar ao lado dos alemães ou então, sendo sobreviventes eram prisioneiros de guerra dos americanos, a solução dos soviéticos foi deportar crianças e idosos apanhados à sorte nas ruas da capital ou nas aldeias de modo a preencher a quota estipulada).
As opções políticas adoptadas por Stalin são identificadas hoje em dia como as típicas de um regime dictatorial. É verdade que a repressão das liberdades individuais por forma de deportações massivas, a fome provocada (principalmente na Ucrânia) pela insistência em políticas agrícolas erradas, as execuções da justiça com pena capital e os aprisionamentos desajustados resultaram numa cifra de mortes na ordem dos 10 milhões de pessoas. Mas é também verdade que foi principalmente graças ao esforço e tamanho das forças armadas organizadas e comandadas por Stalin, que a Alemanha de Hitler inverteu a sequência de vitórias militares que a levaram ao armistício incondicional. Josef Stalin faleceu por derrame cerebral em 5 de Março de 1953 e foi imediatamente substituído na governação por Malenkov embora tenha sido o seu sucessor Nikita Krushchev aquele que criticou duramente o estilo da governação anterior, denuciou os excessos cometidos e repudiou o sempre fomentado “culto de personalidade”, que na sua visão era desfavorável e contraditório nos "Estados Socialistas".
Reencontrar o passado é observar cada pormenor inscrito nos pontos altos e baixos que desenham flores e formas e tentar adivinhar os pensamentos, as emoções e os sentimentos das suas obreiras e que subtilmente se entrelaçaram nas rendas, materializando assim as suas memórias.
São veleiros dentro de um tanque, não existe navegabilidade. O Portugal profundo é todo o Portugal que existe fora da Grande alface e de algumas capitais de distrito.
De obra em obra, Jesus foi alimentando uma indignação pelas precárias condições de trabalho e também pela ausência ou negação de tantos direitos consagrados em leis e Constituição para si próprio e para os colegas que o tornaram apaixonado por greves ou paragens de turno e posteriormente mestre em sindicâncias laborais, distribuía panfletos e manifestos marxistas-leninistas enquanto incitava os camaradas à insubordinação. Como consequência, diferentes patronatos deram fé das bastantes desordens e rebeldias até que a denúncia deu lugar à vigilância institucional e a vida do carpinteiro tornou-se ainda mais áspera, enquanto escutas, rusgas domiciliárias e ameaças anónimas se tornaram uma constante.
Jesus tinha os seus vícios de lerpa, participava em grandes jantaradas e revelava algumas manias de Kilas, mas não eram suficientemente sérias a ponto de o carregarem com suspeitas de ilícito. Isso aconteceu sim, quando o acusaram de membro associado em organização criminosa, forjando até provas de estreitas ligações ao terrorismo internacional, com enganos de instrução e lapsos processuais diversos que num ápice o arrastaram para o encarceramento incondicional. Não ficou provado contudo que a carpintaria herdada do falecido pai era uma fachada para outros negócios distintos ou experimentações químicas, não ficou provado que o grupo de amigos das noitadas formavam consigo um gang, apesar de arrolados como testemunhas ou suspeitos de actividades criminosas em co-autoria. Pouco ficou provado afinal, mas certo é que aos trinta e poucos anos de idade Jesus foi preso e certo dia apareceu morto por asfixia, um provável enforcamento que Mickey (alcunha de Pedro, seu companheiro de cela) se excusou a confirmar, ou seja negou (três vezes) ter visto o ocorrido.
