segunda-feira, 4 de junho de 2007

A bandeira republicana

A bandeira de Portugal é um rectângulo com proporções 2:3, dividido verticalmente em verde (2/5 do comprimento) e vermelho (3/5 do comprimento).
Quando desfraldada, a parte verde fica do lado do mastro ou do lado esquerdo quando representada graficamente.
Centrado na linha de separação entre o verde e o vermelho está o brasão de armas de Portugal, consistindo numa esfera armilar (cujo diâmetro é igual a metade da altura) sobreposta por um escudo de prata, com cinco escudetes azuis carregados de cinco besantes de prata e bordadura de vermelho, com sete castelos de ouro.
Com um forte significado republicano e nacionalista, a actual bandeira foi oficialmente adoptada a 30 de Junho de 1911 (aprovação pelo Governo em 29 de Novembro, ratificada na Assembleia em 19 de Julho de 1911 e publicada no Diário do Governo núm. 150, em Decreto de 30 de Junho de 1911), mas já era usada desde a proclamação da República, a 5 de Outubro de 1910. Em termos de cores adoptadas está intimamente ligada à revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891.
Os autores do desenho da bandeira republicana são: Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas e Abel Botelho

Cor Verde – Simbolizando a revolta republicana, representa a esperança em melhores dias de prosperidade e bem-estar e também campos verdejantes e floresta.

Cor Vermelha – Cor combativa, quente e viril por excelência. É a cor da conquista e do riso, cantante, ardente e alegre. Representa o sangue derramado nas conquistas, nas descobertas, na defesa e no engrandecimento da Pátria, incita à vitória.

Esfera Armilar - Situa-se no centro da divisão das duas faixas, simbolizando as viagens dos navegadores portugueses pelo Mundo, nos séculos XV e XVI, representando o Império Colonial Português e as descobertas feitas por Portugal.

Armas de Portugal - Assentam sobre a esfera armilar, sendo compostas por um escudo maior com outro mais pequeno brocante, simbolizando o escudo, a arma de defesa utilizada pelos antepassados nos combates.

Escudo Maior - É vermelho e à sua volta estão sete castelos que representam as cidades fortificadas que D. Afonso III tomou aos mouros no Algarve. Estes representam assim a integração do Reino mouro do Algarve na coroa de Portugal.

Escudo Pequeno - É branco e encerra cinco escudetes azuis pequenos, fazendo alusão às cinco chagas de Jesus Cristo. Cada um desses escudos contêm cinco besantes de prata que contando duas vezes os da quina do meio, recordam os trinta dinheiros pelos quais Judas vendeu Jesus Cristo (resultado de uma alegada aparição de Jesus ao Rei durante a batalha de Ourique) e simbolizam o poder régio de cunhar moeda que Afonso Henriques incluiu inicialmente na primeira bandeira como reivindicação de autonomia e Independência.

2 comentários:

Nana disse...

Estudo interessante da nossa bandeira (que eu acho a mais linda do mundo : chauvinisme ?)
So um detalhe : as Trinta moédas contam-se com os cinco escudetes que contêem as cinco quinas cada um e não contando duas vezes a do meio, como dizes ... (segundo me lembro)
Gostei de vir aqui dar uma "espreitadinha"

james stuart disse...

Cara leitora, não rejeito essa sua indicação porque é realmente uma das interpretações sobre a origem e significado da bandeira republicana.
Dou-lhe um exemplo, o verde significando campos verdejantes somente aparece no Estado Novo, muitos anos após a implantação desta bandeira.
As moedas podem ser 30 contando duas vezes o escudete do centro, porque é o movimento da mão na forma da cruz da fé cristã. A explicação somente tem a ver com a mímica.
Porém, nem a minha explicação é totalmente certa nem a sua, pois que a introdução das quinas, ou moedas, na bandeira aconteceu por decisão do próprio rei D. Afonso Henriques, que alterou a bandeira da cruz azul sobre pano branco, com a inclusão de cinco escudetes (chagas)em posição de cruz com muitas moedas no interior (nesse momento nada tinha que ver com 30 dinheiros de Judas, mas somente o poder real de emissão e cunho de moedas, que nesse momento eram 55 e não os 25 actuais)
Somente no século XV a quantidade de besantes passa a 25 e os escudetes passaram a ter a mesma posição vertical que hoje têm.
Agradeço todavia o seu comentário e respeito essa sua opinião que tem validade.