quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Macturismo
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
K.G.S.T.
Os membros da KGST, bem como todos os países observadores ou associados, respeitavam uma comum obrigação ideológica socialista (Marxismo-Leninismo) ao estilo soviético de planeamento centralizado. Por tal, os verdadeiros representantes e dirigentes desta organização eram os secretários dos partidos comunistas de cada país membro.
A KGST foi fundada em 1949 pela Bulgária, Checoslováquia, Hungria, Polónia, Roménia e União Soviética. A Albânia entrou no mês seguinte à fundação mas abandonou em 1961 enquanto a República Democrática Alemã entrou no ano seguinte à fundação. A Mongólia entrou em 1962, Cuba em 1972 e o Vietnam em 1978. A Jugoslávia manteve o estatuto de “membro associado” desde 1964. O Afeganistão, Angola, Etiópia, Iémen, Laos e Moçambique tornaram-se oficialmente “países observadores” (na verdade este países tornaram-se dependentes das ajudas económicas da União Soviética, principalmente no plano militar). Para além destes, A China, a Coreia do Norte, a Finlândia, o Iraque, o México e a Nicarágua mantiveram relações próximas, principalmente comerciais.
Enquanto Stalin era vivo, a KGST foi uma associação sob comando exclusivo da União Soviética, instrumento utilizado para conter a importação de bens e serviços, principalmente oriundos da Europa Ocidental e dos Estados Unidos por parte dos países membros do Pacto de Varsóvia ou simplesmente sob influência política socialista. Com Nikita Khrushchev no poder, a partir de 1956 (o ano da revolta na Hungria, esmagada pelas tropas russas) a Organização foi reestruturada com uma espécie de comissões independentes que tratavam assuntos económicos de teor distinto (uma comissão para o desenvolvimento agrícola, por exemplo, outra para a gestão industrial e outras para outros temas) e passaram a existir recursos partilhados de um modo até, digamos, magnífico. As redes ferroviárias foram redesenhadas num ponto de vista comunitário, a utilização dos rios foi melhor coordenada enquanto a construção de oleodutos e redes eléctricas para distribuição transnacional promoveram o desenvolvimento das trocas comerciais e a distribuição racional de energias. O Rublo passou a ser utilizado como moeda de referência nas trocas comerciais (Rublo "transferível”), resolvendo o problema de eventuais flutuações de valor dos produtos e serviços.
Em termos de relacionamento e comportamento dos membros como agentes económicos, a bem da verdade a KGST nunca foi muito diferente da C.E.E. no sentido em que sempre foi bem claro o real poder de voto de cada país, proporcional à sua dimensão geográfica, demográfica e política, resultando por isso no poder quase absoluto de decisão por parte da União Soviética por um lado e da França, Alemanha e Reino Unido (posteriormante) por outro. A grande diferença residia na qualidade das transacções, que por parte da União Soviética as exportações eram quase exclusivas de matérias primas, produtos agrícolas e combustíveis, recebendo em troca maquinaria, produtos transformados e alguma tecnologia produzida pelos restantes (os países do centro e leste da Europa aderiram posteriormente com relativa facilidade à União Europeia porque haviam atingido um patamar de desenvolvimento bastante razoável no seio da KGST, coisa que não aconteceu com a maioria das repúblicas soviéticas). terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Allegro ma non troppo
Allegro ma non troppo é também o nome de um livro publicado em 1988, originalmente em italiano, da autoria de Carlo Maria Cipolla (1922-2000), historiador económico nascido na famosa cidade que não se fez em um dia, tal como Roma.
No capítulo “Le leggi fondamentali della stupidità umana” Cipolla classifica primariamente a população humana em quatro grandes grupos:
Intelligenti (il loro comportamento causa vantaggio per sé e benefici per gli altri)
Sprovveduti (il loro comportamento causa danno per sé e benefici per gli altri)
Banditi (il loro comportamento causa vantaggio per sé e danni per gli altri)
Stupidi (il loro comportamento causa danno per sé e danni per gli altri)
Ou seja:
Os inteligentes, indivíduos cujo comportamento resulta em vantagens para si e benefícios para os outros;
Os idiotas, indivíduos cujo comportamento resulta em prejuízos para si e benefícios para os outros;
Os bandidos, indivíduos cujo comportamento resulta em vantagens para si e prejuízos para os outros;
Os Estúpidos, indivíduos cujo comportamento resulta em prejuízos para si e prejuízos para os outros.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Provisórios/definitivos
A vida dos Definitivos foi tão curta como a dos Provisórios, muito idêntica aliás. Para além da embalagem, a diferença entre entre eles estava essencialmente na concentração de alcatrão (também conhecida por condensado) que era inferior nos Definitivos (16 mg) e tornava os segundos possíveis de fumar somente provisóriamente devido a um elevado teor de concentração (21mg). Menos curiosos do ponto de vista ideológico (com excepção ao Português Suave que tinha a virtude de poder ser tudo mas suave não era), embora igualmente nocivos, desapareceram as marcas CT, Estoril, Paris, Kentucky, Sagres, Negritas, Porto, Três vintes, Ritz, Kart... e entretanto nasceram outras.domingo, 22 de fevereiro de 2009
Zikkurat
Em Budapeste há um Zigurate, construído recentemente como parte integrante da galeria e arranjos exteriores do novo Teatro Nacional, segundo projecto de Péter Török, Zoltán Szabó e Réka Kralovánszky.
Zikkurat sumér szó, jelentése: magasságos.
Az égi és földi istenek találkozóhelye. Az zikkurat egy épülettípus: toronytemplom / hegytemplom , mely a világmindenség jelképe.
Az épületet tervezte: Török Péter, Szabó Zoltán, Kralovánszky Réka. A Nemzeti Színház kiállítóhelye.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Tempo dos deuses, tempo dos homens
Inconformado, Zeus refuta que é imortal porque assim declararam aqueles que o criaram. Tendo sido portanto designado de eterno e mantendo-se vivo apesar de milhares de anos terem passado desde a sua criação, era para si a prova indubitável de que a sua existência não depende de acreditações humanas.
“Ó mesmo tempo soubo que xurdía unha caste de homes sabios para quen os deuses eran obxecto de estudio, non ó xeito dos antigos teólogos, que lles inventaban calidades, nin sequera dos poetas, que lles imaxinaban historias, senón segundo procedementos que se chamaban científicos e en virtude dos cales non había diferencia entre Afrodita e Astarté, vallam ambas como exemplo, ó tempo que unha e maila outra non eran máis que proxeccións, máis ou menos antropomórficas, da libido viril; o cal viña en certo modo a corrobora-lo antigo descubrimento de Hermes, de que os homes os soñaran, aínda que agora fosse máis desagradable e humillante, por canto ían os deuses en mesturanza, sen discriminacións e, sobre todo, sen o debido respecto a calidades e xerarquías; finalmente poñían muros a calquera esperanza, xa que explica-la xenealoxía dos deuses segundo o método científico non significaba de modo ningún crer neles, senón ben dar razóns para que non crese ninguén: presentaba-se descaradamente como invencións humanas, recursos últimos do medo, se ben non había deus que se librase de semellante definición, nin sequera o Deus Único que tanto lles dera que facer e que envexar.”
É este um resumo da história inventada “xuntamente con outras” em tempos “xa distantes” que Gonzalo Torrente Ballester apresentou ao público de então (em 1941) como sendo tradução de uma peça teatral escrita por um irlandês. “Ocorréuseme a invención... e de seguir adiante o fraude” admitiu o novelista quando finalmente publicou em 1979 O hostal dos deuses amables, em “que daquela se sentía máis galego que de sólito”.sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
To be or not to be
Nunca por mero acaso... uma história inventada de amor é diferente de uma história de amor inventado e integrar uma construção dependente de improvisação somente é possível enquanto forem corrigidas as trajectórias do enredo com reformulação das idéias alienígenas pertencentes a esse mesmo tipo de construção.
Nunca por mero acaso... a caravana que integrou Solimão não terá sido importunada por cães à sua passagem, diferente do acontecido na Jangada de Pedra, romance do mesmo autor, onde não faltaram uivos e latidos principalmente nos Pirinéus e onde o referido elefante supostamente circulou alguns séculos antes.
Nunca por mero acaso... as teclas abusam e saltitam que nem pardalitos enquanto ideias divertidas jorram em conjunto com sorrisos, mais do que Moleskines gordos de notas amontoados na secretária.
Nunca por mero acaso... To be or not to be é o título apropriado para uma espécie de plágio assumido, que sem outros vícios de subjectividade havia antes de se chamar simplesmente To bee or not to be. quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Abraço à Baía
... mas as origens da «Pérola do Atlântico» serão outras e remontam a muitos milhares de anos. Por fenómenos naturais e de erosão, a Baía de S. Martinho do Porto, situada na Costa de Prata, a cerca de 130 km a Norte de Lisboa, será o que resta da Lagoa de Alfeizerão, uma das três grandes lagoas que formavam um vasto estuário.
De clima ameno e águas tranquilas, a Concha Azul, como é conhecida pela sua forma singular e perfeita, é actualmente uma estância balnear, porto de recreio e de recolha de algas e limos.
Dois morros alinhados quase fecham a concha. Entre eles, uma passagem – a barra - de apenas 250 m, resultante de um abatimento, há milénios, da linha das montanhas. Na parte Sul da baía, entre o rio Tornada e a barra, fica Salir do Porto (nome de influência espanhola), a povoação que se fixou nessa encosta e a praia fluvial; a Norte e contornando o resto da baía, São Martinho do Porto.
Antigo e principal porto de pesca, escoamento e transporte de produtos agrícolas, madeiras e mercadorias da região, transacções comerciais com grandes mercadores predominantemente da Galiza e importante estaleiro naval – terão começado a ser aí fabricadas, nos séc. XV e XVI, naus e caravelas que integraram as expedições dos «Descobrimentos Portugueses» e também a de Alcácer-Quibir, mandadas construir as desta pelo rei D. Sebastião – São Martinho do Porto vê as suas actividades seriamente afectadas, já no séc. XVIII, pelo progressivo assoreamento da baía, por acção das areias arrastadas pela ribeira de Alfeizerão que ali desaguava.
Desse estaleiro naval, saíram grandes fragatas bem como o primeiro navio a vapor. Porém, a gradual diminuição da profundidade das águas foi agravando as condições de navegabilidade da baía e acabou por impossibilitar o acesso de navios de alto bordo que, por esse motivo, foram desviados para o porto da Nazaré. O tráfego ficou assim restrito aos saveiros (transporte de sal) e outras embarcações de envergadura e tonelagem muito menores.
Golpe fatal, quer para a construção naval, que já se ressentia do esgotamento das madeiras provenientes das matas de Leiria, o «Pinhal do Rei» (rei D. Dinis), quer para o escoamento e transporte de mercadorias (absorvidos estes também pela entrada em funcionamento em 1887 da Linha férrea do Oeste) e as transacções comerciais daí decorrentes, quer ainda para as actividades piscatórias, principal fonte de riqueza da vila. O declínio do porto leva ao seu encerramento em 1923, ficando quase reduzido à carga e descarga de limos e algas. Esta alga, a corriola, abunda na baía e a sua apanha submarina, artesanal e em apneia, mantém-se. Depois de seca e transformada em pó, em fábricas da Figueira da Foz e do Barreiro, é exportada para o Japão e utilizada nas indústrias farmacêutica e cosmética.
Se a linha férrea e também a ligação do ramal de estradas de Alfeizerão à Estrada Real de Lisboa e Porto levaram à desactivação do porto, em compensação, trouxeram a S. Martinho do Porto uma nova fonte de riqueza: o turismo. As condições naturais excepcionais da Concha Azul, as águas calmas, o areal de cerca de 3,5 km ligando um morro ao outro, a temperatura amena durante todo o ano, a beleza e o relevo da mancha verde envolvente, fazem dela destino regular de fim-de-semana e férias, fixam gerações de famílias e atraem, nos meses de Julho e Agosto, milhares de turistas.
O ramo hoteleiro, a restauração, o comércio, a indústria e a construção expandem-se. Contudo, as infra-estruturas rapidamente se revelam insuficentes ou incapazes de responder ao afluxo. Os efeitos nocivos fazem-se sentir: por um lado, a construção desenfreada atenta contra as belezas naturais, arquitectónicas e patrimonais de uma vila genuína, estância balnear com um toque de Belle Epoque, onde ainda se encontram alguns exemplares de Barroco, Arte Nova e a típica «casa portuguesa»; por outro, os níveis de poluição das águas (descarga a montante da foz do rio Tornada de efluentes de suinicultura e outras indústrias) começam a desviar um número significativo de veraneantes para outras praias da região com melhores condições e oferta. Também a corrriola, sempre tão abundante, começa a desaparecer.
Os filhos de São Martinho, como se denominam os residentes e amigos da Concha Azul, inquietam-se, lutam pela bandeira azul e unem-se no sentido de, junto das entidades locais, acelerarem o arranque ou a execução de projectos já em curso e das medidas necessárias à despoluição das águas, ao desassoreamento da baía, à requalificação paisagística, à protecção e preservação patrimoniais.
Assim nasce a «Associação Verão de São Martinho», que lança, a partir de 1999 e todos os anos, num dia de Agosto, a iniciativa do «Abraço à Baía» como forma de protesto e sensibilização.
Consiste o «Abraço à Baía» num cordão humano, rente à linha de água, ao longo dos 3500 metros de areal que vão do cais de S. Martinho a Salir. Envergando uma t-shirt branca, criada para o efeito e oferecida a quem queira, o cordão forma-se rapidamente; às 16 horas em ponto, um veleiro emite um sinal sonoro e todos se dão as mãos.
Coincidiu o último «Abraço à Baía» com o único dia de nevoeiro cerrrado de Agosto de 2008.
De cores e humores variáveis próprios de cada estação, que vão desde o reflexo de prata no mar ao pôr-do-Sol de fogo, do céu límpido e brisa morna à imobilidade do nevoeiro denso depois de uns dias mais quentes, S. Martinho do Porto também conhece dias tempestuosos, de nuvens negras e chuvas torrenciais desabando sobre um mar de chumbo, cenário digno de uma das telas sombrias de William Turner.
Integrada num plano mais alargado e de grande envergadura, são já notórios os resultados da acção das «Águas do Oeste», entidade responsável pelos vários projectos de requalificação ambiental da região, pelo processo de despoluição, da entrada em funcionamento da ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de S. Martinho e de um emissário que permite a descarga das águas residuais em mar aberto e não mais nas da baía. A melhoria da qualidade biológica das águas é significativa: a prová-lo, o reaparecimento da corriola.
Abraço à Baía é um trabalho excelente de Bee Amacke e gentilmente oferecido ao Szerinting. Todas as imagens apresentadas pertencem à autora, excepto a primeira.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Flash
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
James
domingo, 15 de fevereiro de 2009
László
sábado, 14 de fevereiro de 2009
De volta a Budapeste
O fim-de-semana das rosas no aparador do quarto do New York Palace tinha-a feito entender a importância do amor solidário.
No dia em que visitou sozinha o Országház, supôs que László a teria procurado no hotel. Até hoje não sabe se o fez, também não perguntou.
Tinha como certo que um grande amor nunca acaba, mesmo quando a separação é eterna. sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
O silêncio à lareira
Os seus olhares denunciavam apesar de ambos saberem pouco sobre muito das suas vidas. Miguel não perguntou da viagem porque já imaginava a resposta, Budapeste é uma cidade feiticeira e poucos resistem ao seu encanto.quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Nus
Banho quente trouxe dormida justa e para o dia seguinte foram relegados os compromissos da existência afectiva:
- Desculpa o meu silêncio de ontem.
- A nudez provoca quietude, eu entendo.
- Eu não estava nua.
- Eu sei, Luísa... tinhas apenas chegado de viagem... conheço os teus hábitos: Saia na cadeira, corpo deitado, fotografia na mesa e olhos cheios de memórias.
- Tenho pena que saibas tudo sobre mim.
- Também eu.
Duas estradas podem ser construídas desde a mesma origem e para o mesmo destino, mas os percursos nunca são iguais quando deixam de ser paralelas e vistas de perto.quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Quase nua
"O teu desejo, László, era também o meu desejo." terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Criatura rara
Enquanto ouvia a Rapsódia húngara nº2 de Liszt, Luísa procurava pelos “nús graciosos” que sabia existirem no museu Vasarely, junto à ponte Arpád, no Distrito III de Budapest. Nada encontrou. Desistente do nu, inverteu expectativas e formas. Buscas sucessivas trouxeram-lhe a geometria.
A instabilidade dos universos, a impressão do movimento, o sentido por detrás dos quadros. Uma forma de ver o mundo muito mais científica do que humanista. Apesar da ausência da forma despida, Luísa avançou para lá do movimento. A ousadia era desafio. Em jeito de resposta, começou a publicação de Vasarely com as mãos a tremer de medo. Nus que não se encontram, autor húngaro que nunca visitou e uma enorme vontade de continuar…segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Quando os olhos estiverem prontos

domingo, 8 de fevereiro de 2009
Victor Vasarely
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Pöttyös
Pöttyös significa “pintas” e o chocolate é um túró rudi, ou seja uma “barrinha de requeijão”.
O requeijão pertence à gastronomia tradicional da Hungria, utilizado em muitos pratos típicos e doçaria regional. Assim sendo, é tão comum encontrar túró salgado junto com batatas e ovo cozido por exemplo, ou adocicado no recheio de um crêpe (palacsinta).
É difícil portanto encontrar um húngaro que não aprecie um Pöttyös, ou quase crime dizer que não se gosta dessas pequenas barrinhas suculentas de requeijão doce revestidas com uma camada fina e estaladiça de chocolate negro.
Os verdadeiros apreciadores, ou seja aqueles que não se contentam com uma barrinha de apenas 30 gramas , têm a opção óriás, isto é, gigante, uma barra com 51 gramas e naturalmente um pouco maior (o adjectivo utilizado não corresponde à realidade objectiva), ou até mesmo algumas variantes do Natúr, nomeadamente:
O Tejes – igual ao Natúr mas com diferença no revestimento que é de chocolate de leite, a única variante disponível também em tamanho “gigante”.
O Kajszibarack, o Epres, o Mogyorós e o Kókuszos – iguais ao Natúr mas com aroma de alperce, morango, amêndoa e côco, respectivamente.
Recentemente foi lançado o Pont2, que é não mais do que uma saqueta com dois bombons de chocolate negro recheado com requeijão e creme de amêndoa no centro.
Existem outras marcas, por exemplo a Nestlé, que lançaram as suas idênticas barras de requeijão no mercado, mas... A Pöttyös az igazi! (O pintas é o verdadeiro!).
A informação apresentada não tem objectivos comerciais e corresponde a uma análise superficial efectuada directamente num hipermercado de Budapest, contrastada com uma fundamental descrição pormenorizada de uma apreciadora incontestável, conhecedora portanto da essência, sabor e textura do produto na sua versão base e variantes disponíveis.sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
As luvas de László
A fazer fé na tradução, pelo mesmo Eça de Queirós, do livro King Solomon's Mines de Henry Haggard, o Capitão John tinha um fato completo de cheviote castanho, com chapéu da mesma fazenda, polainas irrepreensíveis, luvas amarelas de pele de cão, a face escanhoada, monóculo no olho, os dentes postiços rebrilhando em glória, enquanto por África partcipava em caçada de elefante, localmente chamado Uncungunlovo.
Igualmente probiscídeo, mas de origem indiana, Solimão não se livrou de ser conduzido em estafante viagem por Fritz, o cornaca patrício igualmente naturalizado austríaco no exacto e espontâneo momento em que Maximilian II decidiu o baptismo. O paquiderme castanho havia sido ofertado pelo Rei D. João III e Catarina, prima do Arquiduque mas espôsa do primeiro.
Os olhos deste rei português eram azuis ou verdes tal como os tinha seu pai, e não castanhos como os da feiosa sua mãe Maria de Aragón y Castilla, filha dos Reyes Católicos de Espanha.
E porque todos os nove filhos legítimos de João, os concebidos por Catarina, morreram antes de o sucederem no trono, foi seu neto D. Sebastião, orfão, tornado rei aos três anos de idade e por tal conhecido como “o desejado”. Castanhas são as roupagens e adornos da armadura do Rei D. Sebastião, segundo a pintura a óleo exposta no Museu de Arte antiga, na Rua das janelas verdes, palácio que pertenceu aos Condes de Alvor, e posteriormente foi adquirido pelo Marquês de Pombal, também este Sebastião.
Ora Sebastião José de Carvalho e Melo, após ter desempenhado funções de embaixador em Viena, servindo o Rei D. João V, foi empossado Ministro dos Negócios Estrangeiros pelo recém entronado Rei D. José I, sendo já Primeiro-Ministro no ano em que o dia de Todos os Santos foi trágico para o Reino de Portugal e principalmente para a Lisboa. A reconstrução patrimonial foi portanto uma responsabilidade sua, razão pela qual alguns lugares e objectos são conhecidos pelo seu próprio nome, como é o caso de um certo tipo de azulejo. O Azulejo Pombalino é caracterizado principalmente pela policromia (o azulejo deixa de ser somente azul e passa a exibir naturalmente outros tons, principalmente o amarelo, o verde e o castanho) e também por padrões de repetição simples de modo a revestir intensamente fachadas e decorar espaços públicos de menor nobreza.
Por outro lado e ainda a propósito, no dia onde a memória de mártires é tipicamente celebrada com castanhas assadas, antes mesmo do Magusto, é também tradicional as crianças saírem à rua em pequenos grupos para pedirem o “Pão por Deus” às portas enquanto proferem versos populares ou simplesmente repetem palavras amáveis. Em troca recebem rebuçados, biscoitos, bolachas, broas, bolos, nozes, avelâs, amêndoas e castanhas, embora seja provável preferirem chocolates, que embora sejam feitos com manteigas e leite, são castanhos por causa do cacau.
Para além disto tudo, ainda há as luvas de László, que por lógicas diversas do acaso, definitivamente não são pretas!
Esclarecimento: Artigo dedicado por James Stuart a “quem sabe alguma coisa acerca de algo” e por tal capaz de entender o que lê para além das simples palavras. Para os restantes, há as fotografias.quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Cravo
Em português chama-se cravo mas é harpsichord em inglês, clavecin em francês, clavicembalo ou somente cembalo em italiano, igualmente em alemão e csembaló em húngaro.
Descende provavelmente do saltério, que por sua vez é parecido com uma harpa.
Se por um lado, na forma e até modo de utilizar o cravo apresenta fortes semelhanças com o piano, este é menor e pode ter desde um a três manuais (teclados).
É verdade que o piano (inventado no início do séc. XVIII em Itália) praticamente substituiu o cravo em termos de popularidade, principalmente a partir da segunda metade do séc. XVIII até aos dias de hoje, tendo o cravo sido muito utilizado desde o início do séc. XVI (primariamente fabricado quase em exclusivo por artesãos italianos e posteriormente também por flamengos, franceses e outros).
Mas se na forma, conforme referido, existem semelhanças entre os dois instrumentos, será errado considerar que um é percursor do outro porque o cravo funciona por tangência (ou beliscamento) nas cordas enquanto o piano emite sons por percussão nas mesmas. Ou seja, no cravo, ao premir as teclas, os plectros (palhetas) puxam as cordas desde os saltadores de um modo similar ao movimento de unhas a puxar as cordas numa guitarra acústica.
Apesar da grande capacidade de registração conseguida pelo cravo (mais do que uma corda para cada nota com saltadores separados de modo a serem tocadas por plectros em locais diferentes), a sua sonoridade era desfavorável para obtenção de timbres fortes e fracos (crescendos e diminuendos) ao contrário do piano.
Todos os grandes compositores barrocos tais como Scarlatti, Seixas, Händel, Bach e outros, bem como Mozart e Beethoven (estes já posteriores ao barroco) escreveram e utilizaram amplamente o cravo.
Merece a pena ouvir uma composição para cravo, com o concerto em Lá Maior de Carlos Seixas (José António Carlos de Seixas), compositor e cravista português do séc. XVIII, mestre da Capela Real e organista da Sé Pratiarcal de Lisboa.
(É conveniente interromper primeiro a Rapsódia Húngara nº 2 de Liszt, na barra lateral, de modo a evitar sobreposição)
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Calhaus
“Calhaus” foi cedido gentilmente por Pnet Homem e pelo próprio autor, João Moreira de Sá. A imagem apresentada não pertence ao editor do Szerinting, tampouco ao autor do artigo.
