segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Kisvasút Kiállítás

Quem por desconhecimento pensar que os combóios de miniatura são brinquedo de crianças, desengane-se desde já porque eram tantos ou mais os adultos interessados na Kisvasút kiállítás, exposição temporária de pequenos combóios na Budafok-Tétény Művelődési ház. Ademais, a tecnologia utilizada e o preço destes brinquedos não se compatibiliza com os mais pequenos, embora seja interessante encontrar aqui um meio de juntar dois seres, adulto e criança no mesmo interesse, onde um monta e coordena os meios tecnológicos e o outro realmente brinca e se diverte sob supervisão do primeiro. Fica o apontamento para as mães ou futuras mães, idéia de uma boa prenda conjunta para marido e filhos.
A maior parte das maquetes expostas eram de escala N (1:160), que obriga a trabalhos de maior perícia manual e cuidados específicos de manutenção (imagine-se os problemas da escala Z, 1:220).
Porém a escala HO (1:87), onde tudo é um pouco maior, é aquela que permite a tal utilização conjunta a preço talvez mais conveniente e com bastante oferta em termos de marcas fabricantes, principalmente quando apresentada em conjuntos promocionais (caixas com pistas completas, máquinas, vagões, comandos, etc.).
É quase verdade que a mesma escala permite compatibilização no engate de vagões de marcas diferentes e a utilização de carris de fabricantes diferentes das composições. As pequenas diferenças, resultam de um proteccionismo de marca, mas não são assim tão impeditivas.
O melhor mesmo é fazer pistas com elementos da mesma marca, principalmente de origem austríaca ou alemã, onde a perfeição e o detalhe reinam de um modo muito sério.
Para os mais interessados neste tema, ou simplesmente para aqueles que guardam memórias de algumas tardes de infância bem passadas com a ferrovia de miniatura, o mundo da internet abre a possibilidade de reencontrar (para venda como usado ou coleccionismo) artigos de fabricantes que já desapareceram há muito, como é o caso da francesa Jouef, melhor em material circulante do que em carris.

1 comentário:

Anónimo disse...

« (...) para aqueles que guardam memórias de algumas tardes de infância bem passada com a ferrovia de miniatura (...) »

Numa espaçosa cave da casa, quatro mesas rectangulares de 200x80 cm cada, encostadas perpendicularmente umas às outras de forma a deixar no centro um espaço aberto para o «maquinista» e uma das suas irmãs se movimentarem e manobrarem, foram-se cobrindo gradualmente de uma engenhosa rede de linhas férreas e de tudo quanto a Märklin ia lançando no mercado da miniatura (como se sabe, réplicas perfeitas de modelos autênticos). Composições de todos os tipos, de passsageiros ou mercadorias, cada uma delas com o modelo de locomotiva adequado, «eléctrica», a vapor ou a carvão (estes dois tipos estavam preparados para receber uma pequena cápsula que, em andamento, libertava um fio de vapor) e o que se possa imaginar como acessórios.
Nestes circuitos entrecruzados, circulavam em simultâneo várias composições, por entre montes e vales, túneis e pontes, povoados com as suas casas e jardins, agulhas, passagens de nível com cancela accionadas automaticamente, sinalização luminosa, passagens superiores para peões, etc. O que não existia, inventava-se...
Os tampos das mesas tinham orifícios por onde passavam os cabos eléctricos; por baixo, um emaranhado que só o mano-engenhoca entendia, assim como era ele que dirigia as operações; à superfície, nem um cabo a estragar a fantasia: musgo e tudo quanto servisse o objectivo de camuflagem, bem como o de obter a aproximação possível ao cenário imaginado.

Esta memória é uma daquelas que não se diluem. Colado a ela, fica também o cheiro particular do fuminho das locomotivas a vapor ou carvão, que não sei caracterizar.

Não foram algumas tardes bem passadas, foram inúmeras – em detrimento das lições e matérias bem menos interessantes a preparar para o dia seguinte - e incontáveis as vezes em que os progenitores da dupla, brandindo ameaçadores o boletim da escola, tiveram de se impor.

Bee