quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cravo

Em português chama-se cravo mas é harpsichord em inglês, clavecin em francês, clavicembalo ou somente cembalo em italiano, igualmente em alemão e csembaló em húngaro.

Descende provavelmente do saltério, que por sua vez é parecido com uma harpa.

Se por um lado, na forma e até modo de utilizar o cravo apresenta fortes semelhanças com o piano, este é menor e pode ter desde um a três manuais (teclados).

É verdade que o piano (inventado no início do séc. XVIII em Itália) praticamente substituiu o cravo em termos de popularidade, principalmente a partir da segunda metade do séc. XVIII até aos dias de hoje, tendo o cravo sido muito utilizado desde o início do séc. XVI (primariamente fabricado quase em exclusivo por artesãos italianos e posteriormente também por flamengos, franceses e outros).

Mas se na forma, conforme referido, existem semelhanças entre os dois instrumentos, será errado considerar que um é percursor do outro porque o cravo funciona por tangência (ou beliscamento) nas cordas enquanto o piano emite sons por percussão nas mesmas. Ou seja, no cravo, ao premir as teclas, os plectros (palhetas) puxam as cordas desde os saltadores de um modo similar ao movimento de unhas a puxar as cordas numa guitarra acústica.

Apesar da grande capacidade de registração conseguida pelo cravo (mais do que uma corda para cada nota com saltadores separados de modo a serem tocadas por plectros em locais diferentes), a sua sonoridade era desfavorável para obtenção de timbres fortes e fracos (crescendos e diminuendos) ao contrário do piano.

Todos os grandes compositores barrocos tais como Scarlatti, Seixas, Händel, Bach e outros, bem como Mozart e Beethoven (estes já posteriores ao barroco) escreveram e utilizaram amplamente o cravo.

Merece a pena ouvir uma composição para cravo, com o concerto em Lá Maior de Carlos Seixas (José António Carlos de Seixas), compositor e cravista português do séc. XVIII, mestre da Capela Real e organista da Sé Pratiarcal de Lisboa.

(É conveniente interromper primeiro a Rapsódia Húngara nº 2 de Liszt, na barra lateral, de modo a evitar sobreposição)

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