A primeira feira mundial realizada após a Segunda Guerra Mundial aconteceu em Bruxelas no ano de 1958. Em plena “Guerra-fria”, os governos da Europa ocidental simplesmente aproveitaram a oportunidade para demonstrarem em dupla perspectiva os sucessos de pós-guerra, em termos de desenvovimento económico e capacidade reconstrutiva ou meramente apresentação da sua ordeira renovação política.
Tanto os Estados Unidos da América como a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas utilizaram a Exposição Universal e Internacional de Bruxelas como palco exibicionista da sua tensa competição. O “Unfinished Business”, tema da exposição americana, focou principalmente os aspectos sociais da sociedade americana embora fossem expostos alguns produtos científicos.
Porém a União Soviética aproveitou a ocasião de um modo soberbo e conveniente, num brilhante trabalho de propaganda sobre seus avanços tecnológicos: Entre 17 de Abril e 19 de Outubro de 1958, foi possível visitar o stand que apresentava um modelo à escala do famoso satélite Sputnik e saber dos planos futuros na exploração espacial, entender os estudos soviéticos sobre utilização da energia atómica para fins pacíficos (contrastando com os propósitos americanos na destruição da humanidade).
Na Feira Mundial de Bruxelas foram revelados inventos e progressos diversos - com destaque a meios informáticos (ainda muito básicos), químicos, automatismos industriais - conforme garantido pelo discurso de abertura do rei Baudouin I, apelando à paz mundial no desenvolvimento económico.
A Bélgica, na qualidade de anfitriã, impressionou os 42 milhões de visitantes com o Atomium e também com a sua produção de chocolate que atingiu as cinco teoneladas por dia durante a Expo 58.
Situado em Heysel, a sete quilómetros de Bruxelas, o Atomium é uma estrutura metálica representativa de um átomo de Ferro ampliado 165 mil milhões de vezes. Tem 103 metros de altura, 8 esferas com 18 metros de diâmetro interligadas por tubos de 35 metros de comprimento com escadas no se interior.
A esfera mais elevada serve de miradouro sobre a cidade, sendo que as restantes são utilizadas como galeria de exposições sobre a década de 50. Todavia existem 3 esferas que não têm acesso ao público por razões de segurança, dado que os seus tubos de acesso tornam as escadas demasiado verticais.
Tal como a torre Eiffel, também o Atomium foi projectado para posterior desmonte (seis meses) mas acabou por permanecer, tornando-se um local turístico afamado, perto do estádio Baudouin I e do Bruparck - parque da Mini-Europa (um parque de maquetes a céu aberto, algumas com movimento e iluminações, exibindo alguns dos locais e edifícios mais famosos da Europa. Sobre Portugal está exposta uma maquete da zona ribeira do Porto e também a torre de Belém).
O Atomium, projecto do arquitecto André Waterkeyn, necessitou de obras de reparação entre 2004 e 2005, nomeadamente a substituição total das folhas de alumínio do revestimento exterior da estrutura.
Para além do Atomium, as paragens “obrigatórias” dos turistas que visitam Bruxelas são também a Grand Place (Grote Markt), uma praça classificada em 1998 como património mundial UNESCO, lindíssima de diversos edifícios construídos entre os séculos XV e XVIII, por tal encontram-se quatro estilos arquitectónicos diferentes (gótico, barroco, neo-gótico e clássico) onde se destacam o Hôtel de Ville (sede do município) e a Maison du Roi (conhecida também pelo nome Broodhuis, que em flamengo significa “casa de pão”, por anteriormente ali ter existido uma padaria), hoje o museu da cidade. Também, não muito distante, na rua Stoofstraat encontra-se o Manneken Pis, uma estatua de bronze do século VIII de uma criança a urinar água potável (símbolo da cidade). Digno de visita a Catedral de Saint-Michel e a Igreja de Notre-dame com a sua esplendorosa torre de 122 metros de altura e uma escultura de Miguel Ângelo no interior.
Bruxelles-capitale, com apenas 161 km2 e menos de um milhão de habitantes é uma das três regiões federais do reino da Bélgica, a par da província da Valónia e da Flandres.
Bruxelas foi fundada pelo Imperador alemão Otto II no século X, que a cedeu ao Duque de Lorena. No século XII o território era pertença dos Duques de Brabant e posteriormente dos Duques de Bourgogne. Em 1477, Marie de Bourgogne, Duquesa de Bourgogne casou com o Imperador Maximilian I (Habsbourg), tornando o ducado anteriormente vassalo da França, numa possessão austríaca. Em 1695 o rei francês Louis XIV tomou Bruxelas, mas pelo tratado de Utrecht assinado poucos anos depois, volta ao domínio austríaco.
Após longo percurso de guerras e disputas de sucessão hereditária e por fim independência, somente em 1831 o primeiro rei, Leopold I, nomeia Bruxelas como capital da Bélgica.
terça-feira, 17 de julho de 2007
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