Após o colapso do Império Romano no ano 476, parte da península Itálica veio a ser ocupada pelo Império Bizantino, outra parte pelos Lombardos (povo germânico, de origem escandinava). O Exarcado de Ravenna tornou-se uma região transfronteiriça de disputa territorial frequente entre bizantinos, ostrogodos e lombardos.
Entre o século VI e o século VIII, ocorreu uma divisão sempre mais nítida entre a região interna de Veneza, sob domínio lombardo e a região litoral dependente dos bizantinos e de Ravenna.
Porém, em 751 os lombardos conquistam Ravenna, tornando a influência sobre Veneza menos bizantina e posteriormente a mesma mais independente.
Por volta do ano 1000 o governo de Veneza expulsou piratas e bárbaros que ocupavam a costa da Ístria e manteve a região sob seu domínio.
Na verdade a força de Veneza nasceu do desenvolvimento de relações comerciais com o Império Bizantino, tornando-se aliada destes contra árabes e normandos.
A riqueza conquistada através do comércio marítimo e terrestre com todo o mundo então conhecido tornou Veneza a mais poderosa das quatro prósperas Repúblicas Marítimas (Amalfi, Pisa, Génova e Veneza) da península itálica, que tinham o domínio comercial das rotas do mar Mediterrâneo entre os séculos X e XIII num quadro de grande autonomia política.
Invertendo-se a situação anterior, a prosperidade da Serenissima Repubblica di Venezia (que existiu como Estado no nordeste de Itália entre o século IX e o século XVIII) levou ao domínio sobre as regiões confinantes da Lombardia, Ístria e também da Dalmácia, entre outros territórios do Adriático. Posteriormente, após a Quarta Cruzada (1202-1204), Veneza tomou posse das ilhas e localidades comercialmente mais importantes do Império Bizantino, principalmente os portos de Corfu e de Creta, as ilhas de Rodes, Cefalônia e Zante, as feitorias de Negroponto e Dirraquium, garantindo um comércio dominante na Síria e no Egipto.
Nos finais do século XIV, Veneza era a principal potência comercial do Mediterrâneo e um dos Estados mais ricos da Europa.
Tudo se altera a partir da invasão de Constantinopla pelo Império Otomano e o início dos Descobrimentos portugueses, ou seja por um lado os turcos como poderoso inimigo da livre circulação comercial na região, por outro os portugueses apresentando uma alternativa viável de acesso ao Oriente por via marítima oceânica.
Como se isso não bastasse, no século XVIII a Sereníssima República foi invadida por Napoleão Bonaparte que a cede aos austríacos em troca da possessão da Bélgica. O Império Austro-Húngaro dividiu em províncias autónomas as possessões ultramarinas e os territórios pertencentes à República de Veneza.
Em 1859, os Habsburgos são expulsos da Lombardia pelo rei de Piemonte e posteriormente com a guerra entre a Prússia e a Áustria (o fim da Confederação germânica), o então formado reino de Itália alia-se oportunamente à Prússia de Bismarck, obtendo assim a posse de Veneza.
Actualmente Veneza é uma comuna italiana com cerca de 260 mil habitantes numa área de 412 km2.
A beleza dos edifícios aliados a um ambiente único de canais e pontes, a famosa praça de S. Marcos, os vaporettos, as gôndolas, as igrejas e catedrais, fazem desta cidade uma das maravilhas do mundo, onde nasceram os Papas Gregório XII, Eugénio IV, Paulo II, Alexandre VIII, Clemente XIII e Pio X, romântica, artística, património mundial a preservar.
sábado, 7 de julho de 2007
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1 comentário:
muito obrigado . como eu gosto muito de historia isto ajudou-me a entender melhor a historia da republica de veneza. agora vou ver a de genova...lol..
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